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Análise

Cartolagem se mexe para evitar que movimento ganhe força

JOSÉ BENEDITO DA SILVA EDITOR-ASSISTENTE DE "ESPORTE"

Com um mês de vida, o Bom Senso F. C. já acumula vitórias, mesmo que indiretas, como encurtar alguns estaduais, mas seu maior impacto ficou evidente nos últimos dias: incomodou a cartolagem.

A movimentação da CBF e da Federação Paulista de Futebol tem um objetivo claro: pulverizar o crédito pelas eventuais mudanças que serão adotadas e impedir que o grupo de jogadores estrelados ganhe musculatura política que possa desestabilizar o status quo.

A FPF, por exemplo, encurtou o Paulista em uma semana sem ouvir o Bom Senso, exatamente para não vincular a medida ao movimento.

Anteontem, ao site da ESPN, o presidente da FPF e vice da CBF, Marco Polo Del Nero, deixou claro ao responder sobre como estavam as conversas com o Bom Senso.

"Nós ouvimos o Sindicato dos Atletas. O sindicato é o representante da classe", disse, enfatizando que a entidade representa a categoria "há muitos e muitos anos e já conseguiu muitos benefícios".

A ideia é valorizar entidades como a Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol), com quem a cartolagem tem boas relações --e cujo presidente já criticou os líderes do Bom Senso. Outro objetivo é desestimular movimentos com futuro, direção e potencial imprevisíveis.

XADREZ POLÍTICO

Na mesma linha vai a decisão da CBF de receber atletas do Bom Senso --para não passar imagem de intransigente-- e, em vez de responder ao grupo sobre as reivindicações, ampliar a discussão, convidando outros atores para o debate.

Assim, Paulo André, Alex e Juninho Pernambucano, se quiserem mudanças, terão de se sentar à mesa com entidades de clubes, atletas e árbitros e redes de TV que há anos já gravitam em torno da CBF.

Convidados por José Maria Marin, todos devem se reunir no Rio no mesmo dia em que comissão da Câmara, liderada pelo desafeto da CBF, Romário, pretendia reuni-los.

O xadrez político dos cartolas para enquadrar o Bom Senso pode dar mesmo naquilo que pretendem, mas a dúvida é se o cálculo embute o risco de fustigar um interlocutor ainda desconhecido.

No domingo, o Bom Senso deu uma demonstração de sua capacidade de mobilização ao fazer com que jogadores se abraçassem em campo antes dos jogos em solidariedade às reivindicações do grupo.

Ao primeiro movimento dos atletas a cartolagem reagiu tentando manter dedos e anéis --muda-se alguma coisa, mas dilui o dividendo político do grupo.

Resta agora saber como reagirá o Bom Senso.


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