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Jovens talentos da bola são candidatos a seguir Diego Costa

FUTEBOL Brasileiros, jogadores com idades entre 17 e 22 anos já integram seleções de países da Europa

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Marcos Lopes, 17, já fez história no Manchester City. O gol que marcou em sua estreia como profissional, em janeiro, oito dias depois do seu aniversário, o transformou no mais jovem a balançar as redes pelo clube inglês.

Mesmo nascido em Belém (PA) e conhecido como Rony por causa da camisa amarela com o nome de Ronaldo que vestia nos primeiros treinos da infância, o meia nunca defendeu a seleção brasileira em nenhuma categoria.

Ignorado pela CBF, é hoje um dos principais jogadores do time sub-19 de Portugal, terra para onde migrou junto com os pais em busca de uma vida melhor aos quatro anos.

Lopes faz parte do grupo crescente de jovens com cidadania brasileira e potencial para defender a seleção que hoje reforçam as categorias de base de outros países.

São candidatos a ocupar, no futuro, o papel de Diego Costa, centroavante sergipano do Atlético de Madri, que, na última terça-feira, anunciou a decisão de jogar pela seleção da Espanha, país onde vive desde 2007.

Bélgica, Alemanha, Portugal, Suíça, Espanha e Holanda estão entre as seleções de primeiro escalão que utilizaram nos dois últimos anos atletas de origem brasileira em suas seleções mais jovens.

Mas isso não significa que a CBF já tenha perdido esses possíveis futuros talentos.

Segundo a Fifa, um jogador só fará a escolha definitiva do país que vai defender quando estrear por uma seleção adulta em jogo de uma competição oficial.

Ou seja, Marcos Lopes só perderá o direito de ser convocado pelo Brasil quando atuar pela primeira vez por Portugal em um torneio para jogadores adultos.

"Ele procura não pensar muito nisso [escolha da seleção] para se proteger, não correr risco de ficar frustrado no futuro", afirma o pai do jogador, de mesmo nome.

O meia Leonardo Bittencourt, 19, do Hannover, age de forma parecida. Por enquanto, ele é titular da seleção sub-21 da Alemanha. Mas a qual país pertence seu futuro no futebol, nem mesmo sua família sabe precisar.

O jogador nasceu em Leipzig (ALE) e é filho de Franklin, promessa do Fluminense no fim dos anos 1980. Apesar de nunca ter morado na terra dos seus pais, diz em sotaque carioca que se sente "meio alemão e meio brasileiro".

Já o meia Andreas Pereira, 17, parece não ter dúvidas sobre o caminho que pretende percorrer. "Nasci na Bélgica, mas não sou belga. Sou brasileiro. Quero jogar a Copa do Mundo pelo Brasil", diz o atleta do Manchester United.

De família paranaense que migrou para a Europa na década de 1990, o jogador da seleção belga sub-17 até já foi vetado em uma partida porque o adversário era o Brasil.

Mas seu sonho de adolescente pode esbarrar em uma crescente mágoa em relação à CBF. "Já mandamos e-mail para apresentar o Andreas e eles nem responderam. Só ouvimos falar que eles não convocam na base quem joga fora do país", afirma seu pai, Marcos Pereira.

A CBF, por meio de sua assessoria de imprensa, declarou que é impossível monitorar todos os garotos brasileiros que estão no exterior.


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