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ENTREVISTA MARCELO OLIVEIRA

Telê é a minha referência pessoal e profissional

Treinador do cruzeiro, que pode ser campeão hoje, afirma usar lições que aprendeu com o ex-técnico do São Paulo

ÉDER FANTONI LUIZ COSENZO DE SÃO PAULO

O melhor ataque do Brasileiro não tem o artilheiro do campeonato nem um craque de seleção. Mas há um quê de Telê Santana, referência do técnico Marcelo Oliveira, que pode dar hoje ao Cruzeiro seu terceiro título brasileiro.

Em entrevista à Folha, o treinador admite que segue os passos do ex-técnico que foi bicampeão mundial com o São Paulo em 1992 e 1993.

"É uma referência como pessoa e como profissional também", disse Marcelo, que trabalhou com Telê (1931-2006), no início dos anos 70, quando começou a carreira como jogador do Atlético-MG, o maior rival de seu atual clube.

Para ser campeão hoje, o Cruzeiro, que tem 13 pontos de vantagem na frente, precisa vencer o Grêmio e torcer para que o vice-líder Atlético-PR não ganhe do São Paulo.

Folha - O jogo de hoje, contra o Grêmio, é como uma final?

Marcelo Oliveira - Eu sempre falo para os jogadores que o campeonato de pontos corridos não tem uma final única. Todos os jogos são decisivos. Construímos uma vantagem expressiva, apesar de ela não ser definitiva. É o jogo mais importante do ano.

Qual é o grande trunfo do Cruzeiro?

Essa campanha não tem um aspecto só. Nenhum clube ganha um título por um aspecto só. Tem a estrutura, a administração que possibilitou contratar bem, um trabalho consistente da comissão técnica e jogadores que aceitaram bem essa proposta e fazem um ambiente saudável para que a gente pudesse chegar a essa conquista.

Como foi a montagem do time?

Utilizamos jogadores da base que se destacaram na Copa São Paulo e no Brasileiro sub-20. Contratamos jogadores que estão com o olhar brilhando para crescer e que foram bem em seus clubes da Série A e Série B, como o Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart. E outros atletas com bagagem e experiência de grandes clubes.

Quais foram os outros jogadores que o senhor pediu?

Além do Éverton Ribeiro, que trabalhou comigo no Coritiba, o Ricardo Goulart, que já estava em uma lista do próprio Cruzeiro, o Nilton, o Bruno Rodrigo e o Dedé. Alguns nomes coincidiram com o Cruzeiro, como o Egídio.

Os seus times têm um comportamento muito ofensivo. É assim o seu jeito de trabalhar?

Eu era atacante. Trabalhei muito tempo com o Telê, e ele primava muito pela técnica, pelos times ofensivos. Não tem como jogar sem marcação. O time que não marca vai perder. Mas você pode marcar com jogadores técnicos. Fazer com que os jogadores criativos participem da marcação. Se os jogadores estiverem organizados taticamente e com um pouco de vontade podem ajudar na marcação e, quando o time tiver a bola, será muito mais criativo.

Telê é sua referência?

Sim. Embora o futebol tenha mudado tanto, hoje ainda uso algum princípio que aprendi com ele. Foi uma referência como pessoa e como profissional.

O senhor, que já passou pelo Atlético-MG, foi contestado pela torcida ao ser contratado pelo Cruzeiro. Como se sentiu?

Fiquei surpreso. Não esperava aquilo. Mas o questionamento não era em relação à minha competência, e sim por conta da rivalidade e pela história passada que eu tenho com o Atlético-MG.

O que ficou de lição para o senhor após dois vice-campeonatos da Copa do Brasil com o Coritiba, em 2011 e 2012?

Às vezes eu ouço alguém dizer que "o Marcelo perdeu duas Copas do Brasil com o Coritiba". Eu penso diferente. Eu vejo que nós conseguimos levar o Coritiba a duas finais, o que não é fácil. Dificilmente vai acontecer isso de novo. Contra o Palmeiras, houve dois erros de arbitragem no primeiro jogo que encaminharam o título. Dois pênaltis. No primeiro, um pênalti em que dois jogadores se agarraram, e o árbitro deu pênalti contra o Coritiba. E o outro um pênalti claro no Tcheco [que não foi dado].

Será o título mais importante da sua carreira?

Sem dúvida. É um título muito importante para a carreira de qualquer técnico. Eu penso nele como valorização do trabalho em prol da instituição, mas acaba valorizando todos os profissionais.

Qual é a sua opinião sobre o movimento Bom Senso?

Os jogadores têm que se mobilizar. O calendário é muito apertado. O jogador brasileiro é sacrificado, por isso que tem muitas contusões.


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