Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Atletas paralisam jogos com protestos

SÉRIE A
Jogadores que atuaram na rodada de ontem cruzaram os braços em ato do Bom Senso contra CBF

DE SÃO PAULO

O roteiro da noite de ontem previa os holofotes voltados para a conquista do título do Brasileiro pelo Cruzeiro. Mas um protesto inédito realizado por atletas do Bom Senso F.C. contra o calendário da CBF de 2015 foi o acontecimento da rodada.

Nas sete partidas realizadas, os atletas se manifestaram. Todas as equipes entraram em campo com faixas com enunciados como "Todos por um futebol melhor" ou "Amigos da CBF: Cadê o Bom Senso?".

Porém foi no início das partidas que o ato mais forte aconteceu.

Na maioria dos jogos, como Grêmio x Vasco, o árbitro apitou o início do jogo, e os jogadores cruzaram os braços por cerca de 30 segundos, atrasando o início dos confrontos do Brasileiro.

A partida entre São Paulo e Flamengo, com transmissão em TV aberta para quase todo o Brasil, chamou a atenção com outro tipo de manifestação.

Antes do início do jogo, o árbitro Alício Pena Júnior discutiu com Rogério Ceni, um dos líderes do Bom Senso. Segundo Elias, do Flamengo, o juiz ameaçou dar cartão amarelo para os atletas em campo que cruzassem os braços.

"A ditadura acabou. O que foi colocado para gente é uma ditadura. Mas a gente é mais forte que isso. Isso não existe na regra do jogo", afirmou o meio-campista rubro-negro no intervalo da partida.

Depois da discussão, Alício deu início a partida, e o protesto aconteceu de uma forma inusitada.

Os jogadores de São Paulo e Flamengo trocavam chutões entre si, sem combatividade, por cerca de um minuto. Só depois desse tempo é que o duelo começou de fato.

Em duas partidas, a manifestação não ficou clara. Em Botafogo x Portuguesa e Vitória x Cruzeiro (jogo do título), os protestos se confundiram com o minuto de silêncio em homenagem a pessoas que morreram recentemente.

O gesto coletivo foi sinal de repúdio ao calendário do futebol apresentado pela CBF para 2015 em reunião com os jogadores no mês passado.

"NÃO É BRIGA"

Ao fim do jogo contra o Flamengo, Ceni comentou o ato. "O Brasileiro está perfeito, mas o Paulista não pode ter 23 jogos. Isso não é briga, isso é bom senso. Se tiver alguma coisa política neste movimento, eu sou o primeiro a cair fora", disse o goleiro.

"O que a gente defende é importante para todo mundo: nós, a mídia, a Rede Globo, que é quem paga. Se tiver mais jogos entre pequenos, que ficam sete meses parados, mais árbitros vão trabalhar. Não queremos chegar a uma greve", completou Ceni.

Essa foi a segunda e a mais forte manifestação dos jogadores dentro de campo --a primeira foi realizada na 30ª rodada, em meados de outubro, com um abraço coletivo de jogadores da Série A.

Os atletas pleiteiam que a CBF reduza o número de jogos da temporada.

A Folha apurou que o protesto de ontem vem sendo discutido há algumas semanas. No entanto, o grupo decidiu cancelar o protesto sob o argumento de que entraria em confronto com a CBF.

Mas, sem resposta da confederação às reivindicações, os jogadores decidiram fazer o ato nesta rodada.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página