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Futebol dos EUA terá brasileiro na elite

MLS
Time de empresário carioca vai assinar contrato com a principal liga de 'soccer' do país nos próximos dias

MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO

Carioca e torcedor do Flamengo, Flávio Augusto da Silva, 41, foi se interessar por futebol nos Estados Unidos. Não por saudades do Rio.

De 2009 a 2012, quando morou em Orlando, o empresário se tornou "motorista" do filho Breno, hoje com 13 anos, rumo aos treinos de "soccer". Notou que "o futebol é um fenômeno que ocorre neste momento no país".

Então, em março passado, o fundador da escola de inglês Wise Up vendeu a rede que formou a partir de 1995 e comprou um time norte-americano: o Orlando City Soccer. Gastou cerca de R$ 200 milhões na compra das ações.

Nos próximos dias, ele deve assinar o contrato para colocar sua equipe na MLS (Major League Soccer), a principal liga da modalidade nos Estados Unidos em 2015.

Faltava apenas a aprovação do governo local para a construção do estádio para 24 mil torcedores, exclusivo para o time que desde 2010 joga uma liga menor no país.

No fim de outubro, o condado de Orange --subdivisão do estado da Flórida, onde está Orlando-- aprovou a liberação dos cerca de R$ 44 milhões restantes da parceria público privada que vai viabilizar a construção da arena de R$ 132 milhões.

LUCRO

Os R$ 20 mil do cheque especial que ajudaram o empresário carioca a abrir a escola de inglês no Brasil há quase 20 anos se transformaram em R$ 877 milhões em 2013, quando ele vendeu o grupo que formou à Abril Educação.

E os números fazem "mister" Silva acreditar que o Orlando City será um sucesso financeiro e de público, além de a MLS estar entre as cinco principais ligas de futebol do mundo em poucos anos.

Hoje ela é a quinta liga profissional nos EUA, atrás de futebol americano, beisebol, hóquei no gelo e basquete.

O modelo de franquias faz a MLS lucrar R$ 50 milhões ao ano, com 4,9% de aumento nas receitas em 2012.

"Temos que dar resultado dentro e fora de campo. Tenho que provar que vou dar lucro, que sou um bom sócio para ser aceito na MLS", disse à Folha, por telefone, de Portugal, onde passava férias com a esposa e os três filhos.

"No Brasil, os clubes dão prejuízo, as contas não fecham", completou.

O acumulado das dívidas dos clubes da Série A do Brasileiro, mais o Palmeiras, é de R$ 4,57 bilhões atualmente.

Este é um dos motivos pelos quais ele diz que não pensa em ter um time brasileiro. "Só poderia ser dono de uma equipe pequena, sem torcida, sem dinheiro dos direitos de transmissão, sem nada".

Mesmo assim, ele espera que seu time de camisa roxa seja "o segundo de todo brasileiro". Hoje, os "Lions" (leões, em inglês) já possuem 200 mil seguidores em sua página em português no Facebook, por exemplo.

"Em 2015 quero contratar um jogador brasileiro, de 30 e poucos anos, no início do fim de carreira, que já passou ou esteja na seleção", disse.

Os nomes de Ronaldinho Gaúcho e Robinho são citados. Mas o do amigo Kaká, 31, garoto-propaganda da Wise Up e atualmente meia do Milan é o que mais o empolga.

Enquanto 2015 não chega, o empresário aposta nas crianças norte-americanas.

Ele conta que encomendou uma pesquisa que mostrava que há 24 milhões de praticantes de futebol entre os 5 e os 17 anos no país. Por esse motivo, também pretende lucrar com uma rede de escolas de futebol nos EUA.

Assim, a liga de futebol que deseja ser a maior do mundo em 2022 está prestes a ter um brasileiro como sócio e ainda "motorista" das crianças.


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