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Lúcio Ribeiro

Falha técnica

O que acontece com os treinadores brasileiros? O real problema são eles ou todos que os cercam?

Acho bem confusa, para não dizer bizarra, a situação dos treinadores de futebol no Brasil, sejam eles veteranos, medianos ou da nova geração. Todos.

O que me faz perguntar qual é o real problema da profissão: são os fracos elencos que atrapalham, são os dirigentes que não têm paciência (e esperteza) ou vivemos mesmo um deserto de ideias por parte dos "professores"?

Ao vencedor, as batatas quentes. O Palmeiras acaba de ser campeão da Série B e claramente não acha seu técnico digno de pilotar o time na A, principalmente em um importante ano de reafirmação de ego e de centenário. Tanto que admitiu ter feito contato com outro. Os dirigentes verdes parecem desconfortáveis em manter o que têm. Estão errados?

O Corinthians nunca foi tão campeão dos campeões em sua vida e acaba de mandar embora o responsável por essas glórias recentes, que agora cumpre deprimente aviso prévio. Devem ressuscitar o Mano, ex-seleção, atual desempregado.

O Cuca, que deu ao Atlético-MG sua maior façanha, está "à prova de críticas" até o Mundial de Clubes, mas imerso até o pescoço nos papos fica-não fica.

O supercampeão Muricy Ramalho até dias atrás andava invadindo o campo tresloucado para comemorar vitória que o tirava da zona da degola. Luxemburgo, outro campeoníssimo, tentou implantar seu "projeto" duas vezes neste Brasileiro e foi demitido em ambas. Abel Braga, campeão nacional de 2012, anda sem emprego.

Nem o técnico Marcelo Oliveira, que acabou de ser campeão nacional com o Cruzeiro, parece seguro no cargo. Ele, que assumiu o time sob desconfiança da torcida, que queria um "treinador vencedor", disse, assim que o Cru zeiro venceu: "Vamos começar a trabalhar para ver se continuamos", na terceira pessoa, meio que pedindo para ficar. Se Oliveira não se sente tranquilo no trabalho hoje, quem há de?

Para mim, os casos mais sintomáticos da "faaaaase" em que vive a classe treineira do Brasil são dois: o técnico da seleção, às vésperas de Copa do Mundo, foi chamado à responsabilidade nacional mais por suas qualidades de "pai de família" do que por seus resultados em clubes (chegou à seleção logo depois de rebaixar seu time à Série B). E três dos quatro times grandes do Rio usaram os serviços de Dorival Júnior só neste ano. Flamengo, Vasco e Fluminense, os dois últimos no Brasileiro, sempre com campanhas na "segunda página" da tabela.

Há um ano, neste mesmo espaço, falei da má-fase dos treinadores brasileiros com uma coluna de título "Supertécnicos", alusão a um programa esportivo dos anos 90 da TV apresentado pelo radialista (!) Milton Neves, que levava os treinadores top do país para uma grande mesa-redonda e conseguia ser interessante e segurar uma relativa audiência.

Incrível como a situação só piorou daquela coluna para esta. Hoje em dia, um programa desses não serviria nem como quadro do "Zorra Total".


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