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Minha 1ª final
Zagueiro de 20 anos, Rodrigo Caio sonha com virada sobre a Ponte Preta para estrear em decisões
Rodrigo Caio, 20, lembra bem da decisão da última Sul-Americana, em dezembro do ano passado. Cortado do banco de reservas, não teve a chance de participar das partidas contra o Tigre-ARG que deram o título ao São Paulo.
Aquela seria a oportunidade de o polivalente jogador disputar sua primeira final desde que foi promovido ao time profissional, em 2011. Chance que ele não pretende deixar escapar de novo.
O camisa 7 sonha com a virada sobre a Ponte Preta, hoje, em Mogi Mirim (a 151 km de São Paulo), para manter viva a chance do bi são-paulino e por realização pessoal.
"Disputar a primeira final é o sonho de todo jogador. Preciso ganhar um título com a camisa do São Paulo para fazer minha história aqui."
Seu último título foi conquistado na base, quando ainda era só Rodrigo. Capitão do São Paulo sub-17, levantou o troféu da Copa Independência Bicentenário, no México, após vitória 4 a 2 sobre o Chivas em outubro de 2010.
A 61ª partida de Rodrigo Caio no ano é também a mais importante delas. A derrota sofrida por 3 a 1 na semana passada, dentro do Morumbi, atrapalhou seus planos.
Agora, o São Paulo terá de fazer pelo menos três gols para passar pela semifinal da Sul-Americana e consagrar sua maior revelação de 2013.
MAURICINHO
Rodrigo Caio chegou ao elenco profissional sob olhares desconfiados. Por causa do "cabelinho bonito", recebeu o rótulo de mauricinho e ouviu de torcedores que não merecia usar aquela camisa.
"Se eu fosse mesmo um mauricinho nem estaria jogando futebol", defende-se. "Falavam isso sem conhecer o meu passado, sem saber o sofrimento que enfrentei."
Nascido em Dracena (a 634 km de São Paulo), deixou a família e os amigos em 2006, aos 12 anos, para morar no centro de treinamentos das categorias de base do clube.
A vida longe da família não era fácil. E ele, que nunca gostou de estudar, precisou aprender as coisas na marra. Conseguiu concluir o ensino médio e cursou um mês de faculdade de educação física. Era seu plano B.
Promovido por Paulo César Carpegiani, estreou no time principal na goleada de 5 a 0 para o Corinthians. Pensou que "não jogaria nunca mais."
Hoje, dois anos após a fracassada estreia, virou titular absoluto. Ganhou a posição após a queda para o Atlético-MG na Libertadores, em maio, e não saiu mais. Encontrou-se como zagueiro, posição em que atuava na base antes de tentar a sorte como volante.
O atleta vive recebendo elogios de Muricy, que o considera um jogador "diferenciado tanto na parte técnica quanto na intelectual". Agora, falta apenas uma final.