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Guindaste tomba, mata 2 e suspende obras

ITAQUERÃO
Secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, afirma estar 'chocado'; entidade não tem um 'plano B'

DE SÃO PAULO

"Eu vi a peça parada no ar, erguida pelo guindaste. De repente, ela começou a balançar e bateu no estádio. E caiu tudo por cima. Ouvi um estrondo muito alto, como se fosse um prédio caindo", disse o gari Elifaz dos Santos, 43.

Ele estava próximo do Itaquerão, estádio que está sendo construído na zona leste de São Paulo.

Por volta de 12h50 de ontem, um guindaste que sustentava o último módulo a ser instalado na cobertura metálica do estádio --uma peça de 420 toneladas-- tombou, matando dois operários.

Morreram Fábio Luiz Pereira, 41, motorista e operador de guindaste, e Ronaldo Oliveira dos Santos, 43, montador, que trabalhavam para empresas terceirizadas.

O acidente levou à suspensão das obras da arena, palco da abertura da Copa do Mundo de 2014.

Com uma torre de 114 m de altura e considerado "o maior do Brasil", o guindaste tem capacidade para 1.500 toneladas. A peça que içava seria levantada a uma altura superior a 40 metros.

O tombamento pode ter sido causado pelo afundamento do solo, que estava molhado e parcialmente coberto com cascalho, segundo alguns operários. Eles disseram que esperavam há três dias o término das chuvas.

De acordo com a construtora Odebrecht, responsável pela obra do estádio, a estrutura da arquibancada não foi comprometida.

O acidente ocorreu um dia antes de BNDES e Corinthians assinarem a liberação de um empréstimo de R$ 400 milhões para o estádio.

"CHOCADO"

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, disse estar "extremamente chocado".

A Folha apurou que a entidade não tem um "plano B" para a abertura da Copa, em 12 de junho. Mais cinco jogos estão previstos para a arena.

Com o acidente de ontem, chega a quatro o número de operários mortos em obras de arenas da Copa: antes, havia ocorrido uma morte na Fonte Nova (Salvador) e outra no Mané Garrincha (Brasília).

A Fifa informou que a segurança dos trabalhadores nas obras de estádios é uma das prioridades da entidade.

Irão investigar o acidente a Polícia Civil, o Ministério Público paulista e o Ministério Público do Trabalho --este último diz que vistorias feitas desde o início da obra "não constataram irregularidades cuja gravidade pudessem comprometer a segurança e saúde de trabalhadores".

O órgão, no entanto, fará hoje uma nova inspeção.

"Queremos que a obra seja embargada imediatamente até que tudo seja apurado", disse Antônio Dekeredjmiam, diretor do Sindicato dos Trabalhadores de Indústria de Construção Pesada. A Defesa Civil municipal interditou cerca de 30% do canteiro.

Andres Sanchez, ex-presidente do Corinthians e responsável do clube pela obra, estava no Itaquerão no momento do acidente. Ele negou que tenha havido erro de procedimento, mas disse que vai esperar um laudo técnico. (ALEX SABINO, ANDRÉ CARAMANTE, BERNARDO ITRI, DANIEL VASQUES, EDUARDO OHATA, FABRICIO LOBEL, MARCEL RIZZO E PAULO ROBERTO CONDE)


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