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Tostão

Perigosa euforia

Apesar da Copa de 1950, a sensação de que o Brasil não perde o Mundial em casa tomou conta do país

A Seleção recuperou o prestígio. Por jogar em casa e pelas boas atuações, passou a ser a maior favorita nas apostas para ganhar o título mundial.

O ambiente, agora, é de euforia. Felipão já disse que o Brasil será campeão. Quase todos gostaram. Se outro treinador falasse o mesmo, seria chamado de prepotente. Além do otimismo e do entusiasmo com as atuações da equipe, as declarações de Felipão fazem parte do marketing de inflamar o país.

Daqui para frente, surgirão dezenas de anúncios comerciais e de discursos ufanistas e de exaltação ao futebol brasileiro. Isso aumenta também o faturamento. Todos querem ganhar com a Copa, desde a Fifa, com seus imensos poderes, até os vendedores de bugigangas, próximos aos estádios. A Fifa, na tentativa de proteger seus patrocinadores, que pagaram caro, vai entrar em pânico para combater a criatividade dos pequenos comerciantes brasileiros.

Marin aproveita do momento para refutar as reivindicações do Bom Senso F.C., ao dizer que o futebol brasileiro está muito bem. Uma coisa é a seleção. Outra é a desorganização, a troca promíscua de favores e o baixo nível técnico do Brasileirão, pior que os anteriores. A seleção brasileira e as outras sul-americanas estão muito bem, e os times muito mal, principalmente os de fora do Brasil.

Temo que a euforia com a seleção ultrapasse os limites do bom senso, como se fosse impossível não ganhar a Copa no Brasil. Para vencer, é preciso ter medo dos grandes adversários. O medo é a segurança e a pressão para atuar melhor.

Espanha, Alemanha e Argentina têm chances iguais ou quase iguais às do Brasil. A Espanha achou que, na final da Copa das Confederações, repetiria o que fez na primeira fase, contra o Uruguai, e em todo o Mundial de 2010, quando trocou passes, ficou com a bola e não permitiu que os outros times jogassem. Ela e outras fortes seleções devem ter aprendido que, contra o Brasil, em casa, a postura tem de ser outra.

Se o Brasil ganhar a Copa, haverá o grande risco de tudo ficar como está ou piorar. Vão tentar menosprezar ainda mais o Bom Senso F.C. E ainda vamos escutar que somos idiotas, sonhadores e que estamos perdidos no tempo.

FINAL FELIZ

A diretoria e a torcida do Corinthians ficaram emocionadas e agradecidas a Tite. Ao mesmo tempo, acharam que estava na hora de ele sair, pois não conseguia mais recuperar a equipe. Tite gosta do Corinthians, queria ficar, mas também percebeu que não podia mais fazer o time marcar gols. Concluiu que seria melhor descansar, estudar, ver muitas partidas e se preparar para ser técnico da seleção, depois do Mundial, se o Brasil não for campeão e/ou se Felipão quiser sair. Todos ficaram felizes. Parece filme americano de Natal, em que tudo é alegria e solidariedade.


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