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'Depois da Copa, estou na lista para a seleção', diz Tite

CORINTHIANS
De saída do clube, técnico fala de futuro e de conselho a Pato

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

Faz quase três semanas que Tite sabe: não continua no Corinthians. Normalmente, com o time sem aspirar mais nada no Campeonato Brasileiro, o clima poderia ficar melancólico.

Não. O treinador faz longa turnê do adeus. Despediu-se da torcida sábado, no Pacaembu. Não queria, mas chorou em campo. Domingo, contra o Náutico, será a última partida da passagem que começou em outubro de 2010.

Relaxado após jogar partida com integrantes da comissão técnica, ele recebeu a Folha ontem para falar dos três anos no clube.

Folha - Sente tristeza por não ter a chance de continuar?
Tite - Humanamente, sim. Não vou contra os meus sentimentos. Profissionalmente, foi tomada uma decisão.

E se o presidente do Corinthians mudasse de ideia e pedisse para você ficar?
Não me coloque nesta situação, por favor.

É verdade que você pretende ficar de férias até a Copa do Mundo e espera depois ser o técnico da seleção brasileira?
Tenho consciência de que estou valorizado. É um fato. Sei que isso me credenciou ao primeiro escalão dos técnicos brasileiros. Depois da Copa, estarei na lista dos cinco cotados para assumir a seleção. Mas existe a necessidade de estar bem, com bons trabalhos. Aprendi a cuidar do próximo passo. Mas eu preciso dar para a minha família, no mínimo, três meses.

Os títulos vencidos no Corinthians serão parâmetros para seus próximos trabalhos?
Nunca, em lugar nenhum, vai ter período de conquistas como esse. Nem mesmo para mim. Eu tenho coragem de dizer isso. Não consigo.

Mas é possível você voltar para o Corinthians, por exemplo, ou ir para outro clube e não criar essa expectativa?
Pode ter, mas estou falando para todo mundo. O clube que vier me contratar com a expectativa de que eu repita o que fiz aqui no Corinthians, esquece. Não me contrata. Esse período foi mágico. Não vão atrás do Tite achando que eu tenho a fórmula. Eu não tenho, não.

Que conselho deixa a Alexandre Pato para o próximo ano?
Para jogar no Corinthians, é preciso se adaptar às características do clube. O Corinthians tem a sua história. Aceita e quer jogadores com competitividade. Que façam faltas, deem carrinhos, levem cartão amarelo. Disse ao Pato: "Se o cara te der porrada, mete o dedo na cara dele". Tem de sujar o calção. Eu falei a ele tudo isso.

E qual foi a reação dele?
Concordou.

Resumindo: é mostrar mais raça para a torcida?
Sim. Eu o liberei para tomar cartão amarelo. Teve um jogo em que veio reclamar no intervalo que estava levando porrada. Eu disse: "Pode dar o troco. Está liberado".

Você tentou ter esse tipo de conversa com o Adriano?
Sim. Tive conversa paternal, como amigo, como chefe, como técnico, como cara que tem o poder, como autoritário, do embate, com mais cinco pessoas em volta... Nada deu certo.

Você ficou chateado com o Mano Menezes?
Tenho bom relacionamento com o Mano. Não estou preocupado se houve acerto dele com o Corinthians antes. Não julgo. No travesseiro, sou eu comigo mesmo. Eu com a minha consciência. Sou eu e meu ego. Eu e a sensação de justiça que tenho comigo. E cada um tem a sua.


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