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Tostão

Quanto mais deve, mais gasta

O futebol brasileiro parece um milionário falido, que, quanto mais deve, mais gasta para não perder a pose

O Brasil é o líder mundial em mortes relacionadas ao futebol. Além de não cumprirem o que está no Estatuto do Torcedor, a CBF, as federações estaduais, os clubes e os governos não têm mostrado competência e vontade nem têm projetos para amenizar a violência no futebol, em parte, decorrente da violência que existe em toda a sociedade.

A ineficiência para diminuir a violência e os gastos absurdos imperam no futebol brasileiro. A estimativa do custo da Copa é de R$ 25 bilhões, sendo que 85% será com dinheiro público, via bancos estatais.

O Ministério Público de Minas Gerais quer a devolução aos cofres públicos de R$ 279 mil, pagos pela Secopa (Secretaria Extraordinária da Copa) a Parreira, por ele não ter dado continuidade ao trabalho de embaixador, lobista, do Estado. O valor total era de R$ 1,2 milhão.

Vasco e Fluminense gastaram fortunas para contratar vários técnicos durante o Brasileirão e não conseguiram formar times razoáveis. O gerente de futebol do Fluminense, Rodrigo Caetano, ganha como se fosse uma estrela mundial. O Santos dispensou o bom e jovem treinador Claudinei. Deve ser porque ele ganhava pouco.

Jogar dinheiro fora não é problema. Os clubes não pagam os impostos e ainda pressionam o governo para anistiar as dívidas. Aí, recomeçam os gastos e pedem novo perdão.

O futebol brasileiro parece um milionário falido que, quanto mais deve, mais gasta, para não perder a pose e o crédito.

RÁPIDO E BOM

Michel Platini, em uma entrevista à Folha, disse que o futebol nunca esteve tão rápido e tão bom. Concordo, em parte. Essa associação de intensidade, velocidade e de grande qualidade técnica só vemos em algumas poucas partidas das grandes seleções e, principalmente, nos melhores times europeus, que contratam os craques de todo o mundo.

As poucas grandes equipes marcam e atacam com muitos jogadores. Alternam a marcação por pressão com a mais recuada. Os jogadores se misturam, trocam de posição e realizam várias funções. Privilegiam a troca de passes e as triangulações. Atuam no limite entre o esplendor físico e a exaustão. Daí, a necessidade de ter grandes e bons elencos.

Na Copa, por causa do calor (um absurdo jogar às 13h), da umidade, do cansaço de fim de temporada na Europa, da impossibilidade de um jogador se recuperar de uma partida para outra e pelo fato de nenhuma seleção ter tantos craques, como possuem os melhores times do mundo, teremos muitos jogos fracos e sonolentos, mesmo entre grandes seleções.

Não dá para ter certeza sobre o que vai acontecer antes de a bola rolar. Gostaria de ser um arqueólogo do futebol para tentar saber o que ocorre antes do fato, antes do gol, no silêncio, na trama dos bastidores, pelo menos para chegar à conclusão que tudo, ou quase tudo, surge no momento.


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