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Opinião

Os brigões são, sim, torcedores; e a chave está aí

ALAN GRIPP EDITOR DE COTIDIANO'

De todos os lugares comuns cometidos a cada pancadaria num estádio, o mais despropositado é aquele que diz que os envolvidos "não são torcedores, são bandidos infiltrados".

É um pensamento reducionista e inútil. Pressupõe que vivemos numa sociedade majoritariamente pacífica, obrigada a conviver com esta grande aberração, as torcidas organizadas, e os conflitos de arquibancada.

Não é bem assim. A violência dos estádios é parte da violência cotidiana, só que organizada em torno do hobby futebol.

A covardia de Joinville não é diferente da que jovens estão sujeitos ao se deparar com um grupo de lutadores de jiu-jitsu na rua. É a mesma que levará rapazes a serem espancados nas baladas do próximo fim de semana. Pode anotar.

Os brigões não gostam das baladas? Infiltram-se nela apenas para brigar? Claro que não.

E pior: o raciocínio nos afasta de uma solução relativamente simples para a violência no futebol, enquanto não é possível contar com a Justiça criminal, as punições esportivas.

Em outras palavras, os clubes precisam ser responsabilizados. Quando uma pancadaria rebaixar um time, ou lhe tirar pontos essenciais, isso atingirá em cheio a razão em torno da qual se reúnem esses jovens. É acertar os valentões na veia. Porque eles, evidentemente, são torcedores.

Isso não acontece porque os cartolas se valem dessa relação promíscua com as organizadas para se perpetuar no poder. Todos eles, uns mais outros menos.

É o mesmo que um governo faz com um aliado, por mais constrangedor que ele seja. Parte do mesmo Brasil.


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