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Entrevista - Héverton

Eu não jogaria no Fluminense de jeito nenhum

Pivô da queda da portuguesa para a série B por atuar suspenso, meia diz que o time lhe deve R$ 500 mil, mas quer continuar na equipe

DIEGO IWATA LIMA DE SÃO PAULO

O meia Héverton, 28, anda triste. Mas não é seu único sentimento no momento.

Na casa dos pais, em Brasília, onde vai passar o Natal, o pivô involuntário do imbróglio que, por enquanto, leva a Portuguesa à Série B do Campeonato Brasileiro de 2014, também está indignado.

"É um absurdo o que estão fazendo com a Portuguesa", diz o jogador, que tem contrato com o clube rubro-verde até o fim deste ano e que jogou por 12 minutos, suspenso, contra o Grêmio, na última rodada do Nacional, sem saber.

Julgada, a Portuguesa, que havia terminado o Brasileiro em 12ª, perdeu quatro pontos e foi rebaixada.

Com isso, o Fluminense, que havia caído, se salvou.

"No Fluminense, eu não jogaria de jeito nenhum. Eu tenho ética", diz o jogador, contra o clube que acabou por se beneficiar da queda da Lusa.

Héverton diz que não quer falar muito por teme que a Portuguesa seja prejudicada. Mas não se contém.

Em entrevista à Folha, o jogador conta que o clube lhe deve cerca de R$ 500 mil. Mas que, mesmo assim, gostaria de permanecer na Lusa.

E dispara contra a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva): "Deve ter mais coisas por trás dessa decisão. Só pode", diz.

Folha - Você se sente culpado pelo que está acontecendo com a Portuguesa?

Héverton - Não. Eu não tinha ideia de que estava suspenso, é óbvio. Fui para a concentração normalmente, ninguém me disse nada. Acabei sendo o personagem principal sem ter culpa nenhuma. Imagine se eu entraria em campo se soubesse. Ainda mais porque só joguei por 12 minutos.

O que sente sobre o que está acontecendo?

Estou indignado. Essa decisão é um desrespeito com a Portuguesa. Estou no clube há cinco anos e me considero um torcedor. Sofro junto com a torcida. Estão desrespeitando o futebol brasileiro.

Você tem sido xingado por torcedores da Lusa?

Ao contrário, tenho recebido apoio pelas redes sociais. Minha família e meus amigos também me ajudam. O Souza, meu melhor amigo na Lusa, está me apoiando. Vim para a casa dos meus pais, para me afastar um pouco, aqui em Brasília. Mas todo mundo só fala disso.

Você gostaria de permanecer na Portuguesa em 2014?

E por que não? Eu quero receber a dívida que o clube tem comigo, é claro. Meu contrato se encerra no fim do ano, tenho propostas do Brasil e de clubes do Oriente Médio, também. Mas, independentemente disso, quero ficar. Eu gosto da Portuguesa. E acredito que o rebaixamento vai ser revertido [no julgamento pelo pleno do STJD, no próximo dia 27]. Mas, mesmo que não seja, eu quero ficar e jogar a Série B.

E no Fluminense? Você jogaria?

Não. No Fluminense, eu não jogaria de jeito nenhum. Eu tenho ética e não concordo com algumas questões que dizem respeito ao clube.

Algum dirigente da Portuguesa procurou você para falar sobre essa confusão na Justiça ou para falar de renovação de contrato?

Não. Mas tudo bem. Se eu não ficar, a Portuguesa vai seguir sendo grande. É o que dizem: os jogadores passam, o clube fica.

E é isso que me deixa mais nervoso: um clube como a Portuguesa, com uma torcida tão apaixonada, ter de passar por uma situação injusta como essa.


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