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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

A maldição do anfitrião

O Brasil não é favorito para ganhar a Copa. É candidato. Há vantagens e desvantagens em jogar como mandante

A Inglaterra venceu sua única Copa do Mundo em casa. A França, idem. A vitória inglesa quebrou um jejum de 32 anos sem que os donos da casa levantassem a taça. E os franceses foram os únicos anfitriões a ganhar a Copa em seu domicílio nos últimos 35 anos.

Parece sempre uma vantagem jogar a Copa como mandante. Mas, dos 19 mundiais, só seis foram vencidos pelo anfitrião. Nos últimos 35 anos, Itália e Alemanha chegaram às semifinais e caíram.

Até 1990, o Brasil era a única potência do futebol derrotada numa Copa em seu território. Como a Espanha ficou mais forte, hoje é possível dizer que quatro dos oito campeões mundiais não ganharam a Copa jogando em seu domínio: o Brasil em 1950, a Espanha em 1982, a Itália em 1990 e a Alemanha em 2006.

É possível que pouca coisa mude para a seleção de Felipão o fato de jogar em casa. Em qualquer lugar, os adversários defendem-se, o Brasil tenta construir seu jogo. Mas não vai haver chance de recuar, atrair o adversário e contra-atacar, como Felipão fez algumas vezes em 2002.

Porque conseguiu jogar assim contra mexicanos, japoneses, italianos, uruguaios e espanhois na Copa das Confederações, Felipão já deu de ombros para a pressão: "Não tem pressão nenhuma", ele diz.

Tem.

A começar pela torcida de São Paulo, historicamente a mais hostil à camisa amarela. Antes do jogo contra o Uruguai, Felipão temia o comportamento da torcida mineira. A seleção jogou mal contra o Uruguai na semifinal da Copa das Confederações, mas venceu e terminou aplaudida. Houve vaias.

Felipão tem sido bom tanto na missão árdua de montar o time --montou-- quanto nas declarações que trazem a torcida para perto do time.

A estrutura da equipe passa por subir a marcação, dificultar a saída de bola do adversário, com bolas roubadas --às vezes abusando das faltas. Em 2002, de tanto insistir nesse ponto, o gol que abriu a vitória na final da Copa contra a Alemanha nasceu de bola roubada por Ronaldo, que jamais teve a pressão como ponto forte.

A seleção atual tem Fred e Neymar com essa missão. Por causa disso e por não saber pressionar, Neymar foi o recordista de faltas na Copa das Confederações. Vai ter de melhorar até o Mundial.

O Brasil não é favorito para ganhar a Copa do Mundo. É candidato, como são Argentina, Alemanha, Espanha, Itália e Uruguai, por jogar na América do Sul.

Joga no continente em que os europeus jamais venceram e não tem a pressão da torcida.

A estatística diz que não é tão simples jogar como mandante, mas é evidente que há mais vantagens do que desvantagens. Para o Brasil, mais difícil será ganhar o título se precisar enfrentar quatro campeões mundiais a partir das oitavas de final --Espanha, Itália, Alemanha e Argentina. Isso sim vai ser uma pedreira.

À FRANCESA

Os dois últimos campeões mundiais dentro de casa não tinham a obrigação de ganhar. Para a Argentina a pressão era maior por ser um país de futebol. Para a França, não. Isso faz diferença. Italianos e alemães sucumbiram um pouco pela necessidade de vencer em casa. Atrapalhou.

EM REFORMA

O Brasil tem uma enorme semelhança com a Alemanha de 2006: está em transição. A Alemanha sabia que revelava menos jogadores do que deveria. O Brasil vive o mesmo caminho. Luiz Felipe Scolari diz que há poucos jogadores com a experiência de Neymar no futebol mundial.


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