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Dirigentes apontam efeito negativo da Copa sobre os clubes brasileiros

FUTEBOL Para eles, grandes empresas deixarão de investir nos times, que perderão público

BERNARDO ITRI DO PAINEL FC

Neste ano que começa, quando o Brasil irá sediar a Copa do Mundo, o futebol local tende a perder espaço. A perspectiva dos clubes para a temporada caminha na contramão do entusiasmo em torno do Mundial.

"2014 vai ser um ano muito ruim para os clubes. Ninguém vai querer ver São Paulo x Ponte Preta, por exemplo. As pessoas querem assistir a França x Inglaterra", afirma Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo.

Assim como Juvenal, dirigentes dos principais clubes afirmam que reduzirão os investimentos, prevendo a queda do interesse do público pelas equipes, o que, por sua vez, leva a uma diminuição do número de empresas interessadas em aplicar dinheiro no futebol nacional.

"As grandes empresas vão jogar todo o dinheiro na Copa, nos anúncios ligados à Copa. E vão deixar de investir nos clubes", acredita Newton Drummond, diretor-executivo do Internacional.

"As pessoas que compram ingresso para a Copa, por R$ 1.000, não conseguirão ir às partidas dos clubes porque já gastaram o dinheiro com o Mundial", diz Drummond.

Aliado às dívidas dos clubes, esse impacto financeiro, como efeito da Copa, faz com que os cartolas coloquem o pé no freio nas contratações.

ARIDEZ PAULISTA

Corinthians e São Paulo voltam amanhã aos treinos sem grandes reforços.

O time tricolor fez apenas uma contratação: o lateral direito Luis Ricardo, ex-Portuguesa. Ainda tentou o chileno Vargas, mas considerou os valores pedidos pela diretoria do italiano Napoli incompatíveis com a realidade do mercado brasileiro.

O Corinthians não apresentou nenhum nome.

Já o Palmeiras anunciou cinco: o zagueiro Lúcio, o lateral esquerdo William Mattheus, o volante França e os atacantes Diogo e Rodolfo.

Pentacampeão mundial, Lúcio é o nome de mais destaque, mas vem enfrentando declínio técnico e físico. Os demais têm uma trajetória muito menos expressiva.

O Santos só trouxe o atacante Leandro Damião por conta da ajuda de um fundo de investimento.

A escassez de contratações atinge até o campeão da Libertadores. Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG, demonstra preocupação com o alto custo para manter Ronaldinho, que deve deixar o clube de Belo Horizonte.

FALTOU PLANEJAMENTO

Especialistas em marketing esportivo concordam que o ano não será empolgante para os times e os torneios nacionais e apontam os clubes --e não a Fifa ou a CBF-- como os principais responsáveis pela maré ruim.

Avaliam que as equipes têm falhado ao não tirar proveito do Mundial.

"Os clubes deveriam ter trabalhado com os patrocinadores que não estão na Copa, mostrado que o espaço que eles oferecem é rico e dura mais do que 30 dias", afirma Rafael Plastina, diretor da Score Sport Business, agência de marketing esportivo.

O futebol da Alemanha, sede da Copa de 2006, é usado como referência.

"Lá, a preparação iniciou antes da Copa, cresceu em 2006 e aumentou depois. A média de público, a exposição na mídia e o nível técnico melhoraram", diz Amir Somoggi, consultor de marketing e gestão esportiva.


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