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Adeus, Eusébio

Morre em Lisboa, aos 71 anos, o melhor jogador do mundo em 1965 e o grande herói do futebol português

RITA SIZA COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO PORTO, EM PORTUGAL

A notícia não surpreendeu aqueles que lhe são mais próximos, mas Portugal despertou ontem em choque com o anúncio da morte do maior símbolo do futebol do país, Eusébio, aos 71 anos.

Também conhecido como Pantera Negra ou King, Eusébio da Silva Ferreira morreu ontem de madrugada, na sua casa, em Lisboa, vítima de parada cardiorrespiratória.

O seu estado de saúde, debilitado desde 2012, quando teve uma pneumonia seguida de um AVC (acidente vascular cerebral), tinha se deteriorado significativamente nos últimos meses.

O governo federal decretou três dias de luto pela morte de Eusébio.

As homenagens ao talento, à dedicação e à humildade de Eusébio multiplicaram-se ao longo do dia.

Uma procissão de notáveis do esporte português rumou ao Estádio da Luz, onde o corpo do King foi velado. O enterro será hoje em uma grande cerimônia em Lisboa.

Entre os que passaram pelo velório, estavam os Magriços, os seus companheiros da seleção portuguesa que bateu o Brasil por 3 a 1 na Copa de 1966. O time surpreendeu o mundo até a eliminação pela anfitriã Inglaterra.

Portugal terminou esse Mundial em terceiro lugar, o melhor resultado da seleção do país em Copas até hoje.

A importância de Eusébio para o país ficou patente no tom emocionado das homenagens ao longo do dia.

A comoção pelo desaparecimento do King atingiu especialmente os mais velhos, que lembravam o privilégio de ter visto jogos dele.

"Eusébio, não estou aqui para dizer adeus, mas sim obrigado", lia-se num cartaz empunhado por um dos muitos cidadãos que esperaram horas para participar do velório do futebolista.

As imagens de Eusébio tomaram conta das transmissões televisivas. Um canal de esporte exibiu na íntegra o jogo de Portugal contra a Coreia do Norte em 1966: a seleção perdia por 3 a 0 e virou com quatro gols de Eusébio.

BOLA DE PAPEL

Eusébio nasceu em 25 de janeiro de 1942 na cidade de Lourenço Marques (hoje Maputo), em Moçambique.

Sua paixão pelo futebol manifestou-se cedo: quando criança, trocava as aulas pela rua, onde tantas vezes uma meia enrolada com papel de jornal fazia as vezes da bola.

No seu time, Os Brasileiros, imitava o seu ídolo brasileiro, Pelé, apenas um ano e meio mais velho.

O seu extraordinário talento não passou despercebido ao Sporting Clube de Lourenço Marques, com quem assinou aos 15 anos, e nem a José Carlos Bauer, o ex-jogador do São Paulo que, depois de vê-lo jogar em Moçambique, falou das suas qualidades ao lendário treinador do Benfica à época, Béla Guttmann.

O técnico viajou logo na semana seguinte para contratar o jovem de 18 anos.

Em 1960, estreou pelo Benfica, time pelo qual foi 11 vezes campeão nacional e campeão europeu em 1961/62, entre outras condecorações.

Foi escolhido pela revista "France Football" como o melhor jogador do mundo em 1965. Com nove gols, o atacante conquistou a artilharia da Copa no ano seguinte.

Jogou no Benfica até 1975, quando sua carreira já estava em declínio. Depois, teve passagens por times de EUA, Canadá e México até voltar a jogar em Portugal, em equipes da segunda divisão.

Acabou por retornar ao Benfica, onde se tornou uma espécie de embaixador do clube de Lisboa e da seleção de Portugal.


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