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Prancheta do PVC

PAULO VINÍCIUS COELHO

Viver não é preciso

Eusébio foi quem fez os portugueses entenderem que era possível voltar a navegar. E a vencer

Visite Portugal e provavelmente você vai se surpreender com o quanto se gosta de futebol por lá. Mais até do que no Brasil, talvez. E se considerarmos quanto se ganha títulos por aqui e quanto se perde em Lisboa, certamente o amor português será considerado mais incondicional.

Exceto nos tempos de Eusébio.

Dos três jogadores portugueses mais talentosos de todos os tempos, Cristiano Ronaldo e Figo tiveram o prazer das vitórias individuais. Eusébio foi o único a oferecer o gozo do triunfo coletivo.

Foi o Benfica, com Eusébio aos 19 anos, o ganhador da primeira Copa dos Campeões da Europa, o clube a quebrar a hegemonia do Real Madrid. O torneio era diferente, disputado só por campeões nacionais. Mas tirar do Barcelona e do Real Madrid a taça de 1961 foi como se hoje o Benfica levantasse a taça apesar de rivalizar com os maiores clubes ingleses, alemães, espanhóis e italianos.

Naquela época, havia o Milan de Liedholm, a Juventus de Sivori, o Wolverhampton de Wright, os espanhóis do Barça e do Real Madrid.

Eusébio ensinou Portugal a vencer, deu a perspectiva aos portugueses de ser possível ir além-mar pela primeira vez desde as caravelas.

Em 1965, foi eleito pela revista "France Football" o melhor jogador da Europa, antes de Figo (2001) e Cristiano Ronaldo (2008) erguerem o prêmio mundial.

Ele não era o único. Coluna, craque moçambicano, vestia a camisa 10, o cérebro do Benfica bicampeão europeu em 1961 e 1962. Mas o gênio era Eusébio. Por duas vezes, rivalizou com Pelé. Na disputa do Mundial interclubes de 1962, Pelé o atropelou e o Santos goleou o Benfica por 5 x 2, em Lisboa.

Depois, na Copa de 1966, Portugal eliminou o Brasil vencendo por 3 x 1, com Pelé apanhando do zagueiro Vicente até a medula.

"Não, seu avô nunca alimentou a discussão entre Pelé e Eusébio, porque chegamos ao Brasil antes de Eusébio aparecer", disse-me meu pai, santista, ontem à tarde. E também porque meu avô era Belenenses, odiava o Benfica.

Eusébio ia além de questões clubísticas para os portugueses que continuavam a viver por lá, perto da estátua de Dom Pedro 4º, nosso Dom Pedro 1º --meu avô é morador paulistano desde 1955.

Eusébio não é mais o maior jogador português de todos os tempos, unanimemente. Felicidade dos portugueses ter Figo e Cristiano Ronaldo, que alimentam a discussão... e, claro, se há discussão não há unanimidade.

Eusébio também não recebeu a coroa de rei do futebol mundial, mas bateu na trave. Sempre foi súdito de Pelé, a quem venceu na Inglaterra em 1966. Pode não voltar a se sentar no trono em que estiveram Figo e Cristiano Ronaldo. Mas foi quem fez os portugueses entenderem que era possível voltar a navegar.

E a vencer.

Viver não é preciso.

EUSÉBIO É BRASIL

Além de rival de Pelé, outra coincidência com o Brasil. O técnico do Benfica campeão europeu com Eusébio era o húngaro Béla Guttmann, que levou o São Paulo ao título paulista de 57. Béla inspirou Vicente Feola, campeão com Pelé na Copa-58, tão bem descrita por Ruy Castro ontem na Folha.

NOVO TREINADOR

Seedorf reuniu-se com Adriano Galliani, do Milan, no Rio. Não quer dizer nada, mas jornais italianos garantem que é o passo final para ser o técnico milanista no início da temporada 2014/15, em julho. Seedorf não esconde. Quando questionado se será técnico, responde com um categórico "sim!".


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