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Portuguesa afirma que recebe pressão da CBF desde dezembro

BRASILEIRO Entidade condiciona empréstimo de R$ 4 milhões à desistência do clube pela Série A

ALEX SABINO BERNARDO ITRI MARCEL RIZZO DE SÃO PAULO

Em resposta a um pedido de empréstimo de R$ 4 milhões, a CBF enviou à Portuguesa na semana passada um e-mail em que condiciona a liberação do dinheiro à desistência do clube de brigar na Justiça pelo direito de jogar a Série A do Brasileiro-2014.

A mensagem foi divulgada pela ESPN Brasil na madrugada de ontem. Nela, estava anexada a minuta de contrato em que a equipe do Canindé concordaria em abrir mão de ações na Justiça contra seu rebaixamento à Série B.

Segundo o vice-presidente jurídico da Lusa, Orlando Cordeiro, desde dezembro o clube é alvo de "pressões e ameaças" da entidade que comanda o futebol brasileiro.

"Sim, é verdade [sobre a pressão]. Estão querendo asfixiar a Portuguesa em todos os sentidos. Parece que a intenção é matar a agremiação", reclama o dirigente.

O e-mail, enviado pelo departamento jurídico da CBF, oferece a liberação do empréstimo: um adiantamento dos direitos de TV deste ano.

Ilídio Lico, presidente da Portuguesa, reconhece que o clube pediu dinheiro a José Maria Marin, presidente da CBF. Pela proposta da entidade, a Lusa devolveria a quantia apenas em 2015, em dez parcelas de R$ 400 mil.

O time foi rebaixado para a Série B pela escalação irregular do meia Héverton. Torcedores entraram com processos para reverter a pena.

Lico disse não ter aceitado a proposta. "Vamos lutar até a morte pelo nosso direito."

A Folha apurou que ofertas parecidas já haviam sido feitas anteriormente, mas de maneira informal.

Questionado se a CBF teria se descuidado ao oficializar por escrito a pressão que antes era feita só por telefone, Cordeiro resumiu: "Não acho que eles são burros. É que eles subestimam as pessoas."

Amanhã, a Portuguesa vai entregar o documento para o promotor Roberto Senise, do Ministério Público de SP.

"Vou esperar para analisar. Se a proposta aconteceu mesmo, significa que a CBF sabe que existe uma falha", comentou Senise.

O Ministério Público analisa se houve descumprimento do Estatuto do Torcedor.

"Uma parte da investigação deve estar concluída, no máximo, até a metade de fevereiro", afirmou.

Dois torcedores já conseguiram liminares na 42ª Vara Cível de São Paulo para reverter a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) que tirou os pontos da Portuguesa.

A CBF diz que a proposta enviada atendia a um pedido de empréstimo feito por uma afiliada (leia mais no "Painel FC", na página D2).

PESAR PELO VAZAMENTO

"Não acho que isso deveria ter vazado. Mas já que aconteceu, vamos continuar lutando por nossos direitos", disse o presidente da Lusa.

A divulgação da notícia foi vista por integrantes da própria diretoria como uma forma de evitar que o clube desista de brigar na Justiça.

A cúpula da Lusa esteve ontem na sede da FPF (Federação Paulista de Futebol) para a eleição da diretoria que vai tomar posse em 2015.

Marco Polo Del Nero, presidente da entidade e um dos vices da CBF, disse que o documento não passava do início de uma negociação.

"Fazemos muitos contratos aqui na federação, várias minutas, que são o início de um estudo. Às vezes, recebemos alguns absurdos. Essas minutas são analisadas pelo departamento jurídico e são assinadas ou não", opinou.


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