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Com medo, atletas brasileiros não levarão famílias a Jogos de Inverno

SOCHI-2014 Ameaça terrorista na Rússia assusta os competidores; COI admite preocupação

MARCEL MERGUIZO PAULO ROBERTO CONDE DE SÃO PAULO

Contra as ameaças terroristas, Sochi está blindada para a Olimpíada de Inverno.

O megaesquema de segurança de quase R$ 7 bilhões, porém, não tranquiliza todos os 12 atletas brasileiros já classificados para os Jogos.

A mineira Jaqueline Mourão, 38, por exemplo, não levará o filho Ian, 3, para o balneário russo, que fica entre o Cáucaso e o Mar Negro.

Com vaga no esqui cross-country e chances no biatlo, ela vai a Sochi acompanhada apenas do marido, o treinador canadense Guido Visser.

"Fora da estrutura olímpica não acho que será fácil para os turistas e torcedores", disse Jaqueline à Folha.

"Meu filho ficará na Suíça com uma amiga-anjo' e com a minha mãe. Vai ser um desafio a mais, pois será a primeira vez que nos separamos por tanto tempo", completou.

A cerimônia de abertura da Olimpíada é em 7 de fevereiro e os Jogos vão até dia 23.

Em 2013, Jaqueline teve problemas quando foi a Sochi disputar um evento-teste. Na escala em Moscou, sua arma foi apreendida e ela passou duas noites na capital russa devido ao imbróglio.

"Na Rússia, entrar com arma é complicado, mesmo em competição", resumiu. No biatlo, além de esquiar o atleta compete no tiro esportivo.

Jaqueline e o marido ficarão em uma das três Vilas Olímpicas dos Jogos.

A delegação brasileira, somados atletas, treinadores e dirigentes, deve ter cerca de 30 pessoas em Sochi.

"Eu não tenho medo porque na Vila Olímpica a segurança vai ser máxima. Mas para quem fica fora da vila não vai ser a mesma coisa, por isso meu pai não vai para a Rússia", disse Jhonatan Longhi, 25, brasileiro do esqui alpino que vive na Itália.

A preocupação de Isabel Clark, 37, do snowboard, também é com o lado de fora da vila olímpica. A família da carioca já tem as passagens para viajar do Rio para a Rússia, mas não conseguiu hotel. Parte da hospedagem disponível fica fora de Sochi.

"Falei que era melhor eles assistirem da televisão, no quentinho no Brasil. Mas eles estão determinados. Se a coisa ficar feia, eles podem mudar de ideia", afirmou Isabel.

Mãe, pai, tio, irmã e sobrinha dela têm dificuldades com disponibilidade, preço e distância dos hotéis em relação aos centros de disputa.

Quem também quer levar pai, mãe e irmã para a Rússia é a patinadora artística Isadora Williams, 17. Nascida nos Estados Unidos, ela disse que a mãe, mineira, entrou em contato com a Embaixada do Brasil na Rússia para informar sobre a estada.

À Folha o Comitê Olímpico Internacional admitiu preocupação com as ameaças terroristas. "É um fenômeno global e que nenhuma região está a salvo. Nos Jogos, segurança é assunto prioritário. Confiamos que autoridades russas estão à altura do desafio", disse em nota.

O Comitê Olímpico Brasileiro afirmou que confia no governo russo para realizar jogos seguros para todos.


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