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Entrevista Thomas Bach

Divulgação dos benefícios pode evitar protestos

Presidente do COI tem como estratégia para o sucesso da olimpíada do rio uma campanha publicitária para obter o apoio da população

SÉRGIO RANGEL ITALO NOGUEIRA DO RIO

Há quatro meses à frente do COI (Comitê Olímpico Internacional), o alemão Thomas Bach definiu como estratégia para o sucesso da Olimpíada de 2016 a divulgação do legado que a competição pode deixar ao Rio.

A campanha publicitária visa obter o apoio da população aos Jogos e evitar os protestos ocorridos na Copa das Confederações, em 2013.

Em sua primeira visita à cidade-sede, o novo presidente do COI foi diplomático. Disse sair confiante com o progresso e evitou comparação com os atrasos da Copa.

"Temos uma boa história a contar. Os benefícios dos Jogos e o legado têm que ser explicado às pessoas", disse Bach, em entrevista à Folha.

Apesar de evitar polêmicas, ele disse que a baía de Guanabara "não está nos padrões olímpicos" para as competições de vela.

Circulando no Rio no mesmo dia em que os trens pararam por completo, Bach afirmou que o transporte público "precisa de uma transformação". Mas apontou os Jogos como "catalisador" para a melhoria dos problemas.

"Eu duvido que a cidade poderia transformar sua infraestrutura em sete anos, como vai poder fazer com a Olimpíad. Na abertura dos Jogos, vamos estar prontos."

Será divulgado hoje o orçamento do Comitê Organizador, que diz respeito apenas ao planejamento e à operação do evento, sem incluir custos de construção e reformas de instalações e infraestrutura. A Folha apurou que o valor será de R$ 7 bilhões.

Na semana que vem, será divulgada a matriz de responsabilidade --custos e prazos de instalações. E, em março, os governo federal, estadual e municipal divulgam o plano de políticas públicas.

Folha - Como foi o encontro com a presidente Dilma?

Thomas Bach - A presidente mostrou determinação e liderança para fazer da Olimpíada um grande sucesso. Tanto na organização, no lado esportivo, como também no legado e o valor social, o efeito positivo na sociedade brasileira.

Ela pediu a inclusão de alguma nova modalidade para os Jogos de 2016?

Ela pediu a classe star [modalidade de vela]. O prazo já passou, e a decisão deveria ter sido tomada pela Federação Internacional de Vela. Na minha opinião, nós deveríamos ter mais flexibilidade. Mas temos que avaliar como essa nova modalidade iria afetar o financiamento e a organização do evento.

De que forma atrasos na Copa do Mundo preocupam o COI?

Nós estamos concentrados na Olimpíada e estamos muito confiantes. Vimos bons progressos. Não há um dia sequer a perder, mas ver essa união de esforços nos deu confiança.

Como o senhor avalia o andamento das obras?

É ótimo ver uma cidade em transformação. Muitas gerações de cariocas e brasileiros vão falar sobre o Rio antes e depois da Olimpíada. Transformações algumas vezes não são fáceis. Mas as pessoas vão perceber o que isso significa na melhoria do transporte público, na revitalização do porto, para a construção de casas populares.

Hoje, milhares de cariocas enfrentaram problemas para ir trabalhar e voltar para casa por causa do colapso nos trens. O senhor acredita que o Rio está preparado?

A cidade precisa desta transformação. O sistema de transporte em particular. Os Jogos serão o catalisador desta transformação. Eu duvido que a cidade poderia transformar sua infraestrutura em sete anos, como vai poder fazer com a Olimpíada como catalisador. Na abertura dos Jogos, vamos estar prontos

Há quatro anos, o Rio venceu o direito de realizar os Jogos apresentando um orçamento de R$ 28 bilhões. Até agora, a matriz de responsabilidade não foi definida e essa conta não foi atualizada. Estes atrasos preocupam?

O orçamento dos Jogos será publicado amanhã [hoje]. Nós sempre fizemos um distinção clara entre o real orçamento da operação dos Jogos e o orçamento de investimento na cidade, como a melhoria dos transportes, os novos hotéis.

O senhor acredita que a Olimpíada poderá ser marcada também pelos protestos?

Nós não sabemos. Temos uma boa história a dizer. Temos que mostrar os benefícios dos Jogos e o seu legado. Isso tem que ser explicado para as pessoas. Disse isto no encontro [de terça-feira] com a presidente, o governador do Rio e o prefeito: "Nós temos que explicar isso". Disse aos patrocinadores também. Nós temos que pensar o melhor caminho para fazer a comunicação dos projetos que temos nas mãos.

Há duas semanas, o Rio recebeu uma regata internacional na baia de Guanabara. Muitos estrangeiros reclamaram da poluição. Isso pode afetar a imagem dos Jogos?

Temos muito o que fazer, é óbvio. Não está nos padrões olímpicos. Mas temos tempo para isso e vamos trabalhar.


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