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Portuguesa desconfia de suborno a dois funcionários do clube

BRASILEIRO Promotor diz ver indício de crime na escalação de Héverton; CBF e advogado vão depor

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

O Ministério Público de SP afirma haver indícios de que uma ou mais pessoas ligadas à Portuguesa foram subornadas no caso Héverton.

A diretoria do clube desconfia de dois funcionários, que teriam passado informação errada ao departamento de futebol sobre a suspensão do meia pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) em 6 de dezembro.

Héverton não poderia ser relacionado para o jogo contra o Grêmio, dois dias depois, na última rodada do Brasileiro. Como isso aconteceu, a Lusa perdeu quatro pontos e foi rebaixada.

O clube conduz investigação interna. A Folha apurou que um dos suspeitos é terceirizado. O outro trabalha no departamento de futebol.

"Estamos apurando. Rezo para que não seja verdade. É o fim da picada. A Portuguesa está no fundo do poço", desabafa o vice jurídico do clube, Orlando Cordeiro.

Com a punição à equipe paulista, o Fluminense saiu da zona do rebaixamento e permaneceu na Série A.

"Indício não é prova, então precisamos agir com cautela. Mas essa descoberta não me surpreende. Desde o início da investigação, desconfiava de que isso poderia ter acontecido", afirma o promotor Roberto Senise.

Ele já ouviu oito testemunhas para tentar determinar o que aconteceu. Amanhã, a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) deve mandar um representante para depor.

Oswaldo Sestário, advogado que representou a Lusa no julgamento que suspendeu Héverton, deve comparecer na próxima semana.

"A Portuguesa sabe muito bem o que aconteceu e porque o jogador foi relacionado. Vou levar todos os documentos que tenho para provar que eles sabiam", disse Sestário à Folha.

A defesa inicial do clube era que o advogado não havia informado sobre a condenação. Ele garante ter registros telefônicos que provam que o clube foi avisado.

NEGLIGÊNCIA

A Portuguesa tenta descobrir, antes do Ministério Público, o que aconteceu. "Acho que é coisa de gente da administração anterior. É muito estranho", reclama o presidente Ilídio Lico. Ele assumiu o cargo neste mês.

A Folha tentou entrar em contato com Manuel da Lupa, mandatário até dezembro, mas o ex-dirigente não atendeu às ligações.

Lico não descarta a possibilidade de negligência --quem recebeu a informação poderia ter esquecido de avisar o departamento.

"Se confirmarmos que houve má fé, é caso de demissão sumária. Se for sócio, expulsão", avalia Cordeiro.

Senise considera a possibilidade de processo criminal. "Depende do crime que ficar configurado. Melhor não especular por enquanto."

O promotor avalia que a investigação pode se arrastar ainda por "alguns meses".


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