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Entrevista Fernandinho

A receita é saber como me adaptar ao que o técnico pede

Destaque na inglaterra com o manchester city, volante fala em obediência tática para driblar restrição de felipão e jogar a copa

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Fernandinho, 28, começou a carreira no Atlético-PR como meia-atacante. Mas é como volante que ele sonha disputar sua primeira Copa.

Não como um volante especialista em carrinhos ou um cão de guarda na marcação, como o técnico da seleção diz preferir, mas sim um jogador mais técnico, de boa visão de jogo e toque de bola.

O momento do Manchester City, time que Fernandinho defende, joga a seu favor para convencer Felipão a repensar suas ideias.

São 20 jogos e mais de dois meses de invencibilidade, além do ataque mais avassalador da Europa, com média de mais de três gols por jogo.

A última partida, uma goleada por 5 a 1 sobre o Tottenham, na quarta, teve o técnico da seleção como expectador. Após a partida, o treinador prometeu novidades para o amistoso contra a África do Sul, em 5 de março, o último antes da convocação final.

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Folha - Você chegou ao City após oito anos na Ucrânia e já virou titular. Esperava uma adaptação tão rápida?

Fernandinho - Não imaginava que seria assim, mas era tudo o que eu queria. Para alcançar o meu objetivo pessoal, de disputar a Copa, precisava jogar bem aqui desde o começo. Até agora, acho que está dando tudo certo.

A Copa, então, foi a razão para você optar pela transferência para a Inglaterra?

Foi o principal motivo. Minha prioridade era jogar um campeonato mais visto. Disputar a Premier League, jogar a Champions [Liga dos Campeões da Europa] por um clube mais forte como o City, tudo isso me trouxe mais visibilidade e deixou mais fácil o caminho de volta para a seleção. Vir para a Inglaterra foi minha última cartada.

Felipão assistiu ao seu jogo contra o Tottenham e disse que a convocação para o amistoso contra a África do Sul trará novidades. Está otimista que será lembrado?

Para falar a verdade, minha expectativa já estava bem grande, mas cresceu agora. Tenho que continuar bem até a convocação [11 de fevereiro] para não deixar cair o nível e ficar fora.

Deu sorte em relação à partida que o Felipão viu?

Foi um jogo contra um adversário forte, o que acaba valorizando mais a minha atuação. Esse tipo de jogo é sempre bom para avaliar os jogadores. Fiz meu papel e consegui dar o meu melhor.

Alguém da CBF te ligou para falar sobre convocação?

Não tive contato com ninguém. Lembro que, na primeira vez que fui convocado pelo Mano [Menezes, antecessor de Felipão na seleção], ele me ligou uns dias antes para especular. Não sei se essa é uma prática da CBF ou se era alguma coisa só dele mesmo.

Pensa que ser chamado para o próximo amistoso é a chance final de ir à Copa?

Acho que não. Claro que é o último jogo e vai ficar mais difícil ser lembrado. Mas acho que tudo ainda pode acontecer.

Na Inglaterra, você passou a jogar como primeiro volante. Como foi a adaptação?

Foi tranquila. Não tive problema nenhum com a mudança de posição. Sou um falso primeiro volante, revezo com o Yaya Touré, vou bastante ao ataque. O que deu certo entre nós é que a gente consegue fazer bem esse revezamento de posições.

Só que o Felipão gosta de volantes mais marcadores. Como fazê-lo mudar de ideia?

Uma das coisas que me ajudou muito em toda a carreira foi a facilidade de me adaptar a esquemas táticos. No Atlético-PR, joguei em várias posições. Sempre tive facilidade para fazer o que o técnico pede. É minha receita.

O que a seleção ganharia com o Fernandinho?

Não sei se dá para comparar o City e a seleção, mas meu estilo aqui é de força e de posse de bola. Tenho qualidade de passe, melhoro a saída de bola. Foi o que me fez chegar ao City. É uma das minhas características. Posso ajudar a seleção a melhorar a posse de bola.

O City tem hoje o ataque mais forte do mundo, com 115 gols em 37 partidas. Por quê?

Temos quatro atacantes fenomenais [Agüero, Negredo, Dzeko e Jovetic] e um treinador [Manuel Pellegrini] que consegue controlar um monte de jogadores feras.

Formamos um grupo muito bom, que tem vontade e gosta de jogar bonito. Mas não adianta nada se fizermos esse monte de gols, quebrarmos recordes e não conquistarmos nenhum título.

Qualquer título ou a inédita Liga dos Campeões?

O objetivo é ganhar o maior número de títulos possíveis. O time foi montado para isso. Na Champions, vamos pegar o Barcelona, que é sempre complicado. Tem que ser passo a passo. Não adianta pôr a carroça na frente dos bois.


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