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Juca Kfouri

Corinthians em chamas

Não bastasse o terror dos uniformizados, o clube vive novamente dias politicamente incandescentes

QUANDO TEMPOS atrás o então presidente corintiano Andrés Sanchez previu que em cinco anos o Corinthians seria um dos maiores clubes do mundo, ninguém acreditou.

Viabilizado o estádio, conquistados a Libertadores e o Mundial de clubes, com a impressionante invasão do Japão pela Fiel, a previsão assumiu ares de tangível realidade.

Sanchez dizia que bastaria não cometer grandes erros para que seu vaticínio virasse verdade.

Pois cometeram e tudo que era sólido se desmanchou no ar.

Não só pela nova invasão, a dos bárbaros, do sábado. Mas porque dentro do clube, menos por responsabilidade da oposição e mais pelo racha da situação, o ambiente degringolou.

O novo Corinthians que se ensaiava voltou a ser o de quase sempre.

Nada ainda é explicitado publicamente, embora nem precise, porque ninguém está fazendo muita questão de esconder as desavenças.

Sanchez reclama que Mário Gobbi não está à altura do cargo por não fazer valer a importância do Corinthians, o que demonstrou até mesmo quando a delegação campeã mundial voltou de Tóquio.

À época, Gobbi se submeteu ao trajeto imposto pela prefeitura paulistana quando, na opinião do antecessor, deveria simplesmente ter comunicado qual seria o itinerário para a confraternização com a torcida, coisa que o São Paulo fizera sete anos antes com sucesso.

Sanchez reclama que Gobbi nem sequer acompanha as obras do estádio, por mais que o atual presidente se justifique ao dizer que gosta de delegar --não fosse ele delegado, permita o trocadilho infame para jogar água na fervura.

A situação dividiu-se tanto que a oposição, de olho em agregar forças, está silenciosa.

Por bizarro que possa parecer para quem duvida das voltas que o mundo da política é capaz de dar, não se surpreenda se amanhã Sanchez estiver ao lado de Roque Citadini ou se, depois de amanhã, no começo de 2015, a oposição vencer a eleição.

Os dois passos à frente dados pelo Corinthians em 2012, aparentemente suficientes para manter a caminhada modernizadora mesmo com o passo atrás de 2013, parece ter redundado em flagrante recuo nem bem começou 2014, equivalente a três passos em marcha à ré.

O pior, para os corintianos, é que o time não dá mostras de que possa reagir, aparentemente atingido por paralisia patológica.

Como se sabe, tudo e mais um pouco no futebol se resolve com bola na rede, mas não só o time alvinegro permanece com grande dificuldade para fazer gols como passou a ter facilidade em tomá-los.

Como o mais comum é os cartolas pensarem antes em seus umbigos que na paixão que deveriam representar, tudo indica que a fogueira das vaidades dizimará o frescor intensamente vivido pelo Corinthians entre julho e dezembro de 2012.

Haja bombeiros.


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