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Diferentes

De volta à seleção após 3 anos, Bia e Branca dizem estar melhores fisicamente e mais maduras

MARCEL MERGUIZO DE SÃO PAULO

"Oi, Bia?" "Não, é a Branca. Mas pode chamar de Bia."

Desde que tornaram-se rostos (iguais) famosos em 2007, pouco antes dos Jogos Pan-Americanos do Rio, as gêmeas encaram com naturalidade o fato de que as pessoas não percebem as diferenças entre elas.

Diferenças, na verdade, mínimas. Bia tem 54 kg e 1,63 m; Branca, 55 kg e 1,65 m.

Desde sempre elas moram, treinam, competem, são fotografadas e filmadas juntas.

No fim de 2010, então, deixaram a seleção brasileira para seguirem (juntas) carreira artística na TV --estiveram na Globo, MTV e Band. Estrelaram diversas propagandas. Mas ficaram com saudades.

Ao verem os Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, fora da piscina, elas choraram.

"Estávamos nos sentindo do lado errado", diz Bia, vislumbrando os Jogos do Rio, daqui a dois anos e meio.

"Olimpíada é o que nos falta no currículo", completa.

Após três anos ausentes, elas estão de volta à equipe nacional de nado sincronizado. Desta vez, diferentes.

"Estamos mais maduras e com uma melhor percepção corporal", afirma Branca.

O que essa mudança, aos 25 anos, significa na prática?

"Mais massa muscular. Estamos mais magras e mais potentes. Nossos testes físicos foram excelentes", explica.

Hoje, o percentual de gordura corporal de Bia é de 8,5%, e o de Branca, 8,9%.

Os testes no mês passado fizeram parte da seletiva que formou a seleção brasileira permanente deste ano.

As gêmeas atribuem o novo corpo (no fim de 2010, já haviam colocado 255 ml de silicone em cada um dos seios) ao trabalho recente com o preparador físico Fábio Amed e com a professora de balé Úrsula Mandina.

"A gente nunca deixou o nado. Nesses anos fora de seleção sempre estivemos nos pódios dos [Campeonatos] Brasileiros", afirma Bia.

"As pessoas criticam sem saber, porque estar na TV chama mais atenção do que o nado. Todas as meninas têm seu estudo ou trabalho, o nosso é na mídia."

Elas competem pelo Tijuca Tênis Clube, mas, de volta à seleção, vão se dedicar integralmente ao time nacional.

Para isso, as atletas do nado recebem salário de R$ 800 da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e Bolsa Atleta do governo federal, que pode ser de R$ 925 ou R$ 1.800.

Bia e Branca contam ainda com os patrocínios de uma marca esportiva e de uma empresa de intercâmbio.

Na TV, neste ano elas vão apresentar um programa do canal a cabo VH1.

Há três anos, foram justamente as inúmeras propostas de trabalhos que fizeram com que Bia e Branca deixassem a seleção, na qual treinam seis vezes por semana.

Hoje, dizem que o trabalho fora da piscina é que precisa se adaptar à rotina do nado.

A maturidade de que falam passa também pelo aprendizado à superexposição. Elas já não gostam de revelar os nomes dos namorados. Nem a marca do carro que compraram sem se desfazer do xodó: um fusca rosa.

Também dizem não entender porque os paparazzi as procuram em passeios na praia ou na Tijuca, no Rio, onde moram com a mãe.

"Hoje a gente lida melhor com o assédio, mas ainda acho estranho", diz Branca, que cancelou a conta que tinha no Facebook junto com a irmã em razão do assédio.

Esse, aparentemente, não vai ser muito diferente até a Olimpíada do Rio, em 2016.


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