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Prancheta do PVC
Construção
Não se trata de uma reformulação do Corinthians; é preciso que nasça uma nova equipe
Não é preciso ser um gênio para entender a falta de Paulinho ao Corinthians. Desde sua saída, o time cria menos, finaliza menos e faz menos gols. Corrigir esse problema é o desafio e daí tantas mudanças aconteceram no Corinthians do início dessa temporada.
Em sete jogos, já houve três duplas de armadores. Mano Menezes começou com Danilo e Rodriguinho, mudou depois do fiasco da Vila Belmiro, colocou Émerson ao lado de Danilo e depois abriu mão dos três. Ramírez e Zé Paulo são os eleitos.
A atuação contra o Mogi Mirim não é a razão, mas eles não serão os titulares. A reforma do Corinthians já tem dois armadores eleitos: Renato Augusto e Jadson.
O Corinthians não está em reforma. Está em construção. Não se usa aqui o prefixo "re".
Não se trata de uma reformulação nem reconstrução. É preciso que nasça uma nova equipe.
O time campeão do mundo acabou. Houve uma tentativa tímida de rejuvenescê-lo no ano passado, com as contratações de Gil, Pato e Renato Augusto. Gil foi um acerto, Pato, um equívoco.
Tenta-se agora começar nova equipe, com dois meias que revitalizem o setor criativo e, enfim, façam esquecer a falta que Paulinho faz.
Jadson chega por causa disso.
Mano Menezes foi seu treinador nas divisões de base do Internacional. Na troca com o São Paulo, o Corinthians ficou com um meia que conhece seu limite. O São Paulo contratou um atacante que não conhece seu limite.
O problema é seu parceiro de meio-de-campo. Terceira aposta do ano passado, Renato Augusto tentará jogar na semana que vem contra o Palmeiras.
No ano passado, foi bem quase todas as vezes em que pôde atuar. Seu problema é a pequena quantidade de partidas. Não há jeito de ajudar sem entrar em campo.
Quando Paulinho jogava pelo Corinthians, Tite escalava um meia só porque seu volante juntava-se ao campo de ataque e dividia a organização.
Guilherme é diferente. Ele tem um bom passe, mas não entra no espaço vazio deixado pelo adversário. Normalmente, Guilherme faz o passe certo lá de trás.
Mano quer que o volante entenda quando é possível infiltrar-se.
Apesar disso, precisa mesmo que o novo meio-de-campo seja criativo na parte da frente, com o talento dos meias de criação. Jadson e Renato Augusto, quando possível. Ramírez e Zé Paulo, enquanto é necessário. Ainda não é convincente.
Mais difícil é pedir à torcida que entenda hoje que existe um time novo para nascer. Na primeira passagem de Mano Menezes, em 2008, isso estava mais claro porque o Corinthians acabava de ser rebaixado para a Série B.
Nesta segunda passagem, a impaciência e a pressão dos uniformizados podem atrapalhar. A possível eliminação na primeira fase do Paulistão também pode.
LIBERTADORES
O Brasil pode conseguir o quinto título consecutivo da Libertadores, feito inédito. Mas não há um candidato destacado. É mais fácil acreditar em Cruzeiro e Atlético-MG, mas pela fragilidade dos rivais. O San Lorenzo, adversário do Botafogo, estreou no Argentino perdendo para o Olimpo de Bahia Blanca.
AUDACIOSO
O Audax do técnico Fernando Diniz tirou os 100% do Palmeiras e foi o único time a roubar pontos do Santos. É audacioso. Não sai com bola longa nunca. Por isso, o Palmeiras foi marcar na frente e roubou pelo menos três bolas. A ousadia do Audax é positiva. Mas é preciso medir a hora certa de sair jogando.