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Sem lesões, Renato Augusto faz reestreia

Corinthians Após quase 6 meses de recuperação e sucessivas contusões, meia joga pela primeira vez no ano

ALEX SABINO DE SÃO PAULO

O técnico Mano Menezes usou uma palavra para descrever a espera para escalar Renato Augusto: ansiedade.

"Se ele está ansioso, imagine eu. A ansiedade é toda minha", brincou o meia-atacante, em entrevista à Folha, na tarde de quinta-feira.

A pressa é para recuperar o tempo perdido. Acredita que isso começa hoje, contra o Palmeiras. Ao lado da estreia de Jadson, será a grande novidade do Corinthians.

Renato Augusto não joga desde agosto. Apenas em 2013, teve lesão na coxa, fratura no rosto e passou por artroscopia no joelho direito.

Comprado por cerca de R$ 9 milhões, há um ano, jogou pouco pelo Corinthians. Bem menos do que esperava. Foram 24 partidas até agora.

"Eu me lembro da primeira vez que ouvi ter problemas biomecânicos. Estava no Bayer Leverkusen", relembra, falando sobre a raiz das sucessivas contusões.

O meia-atacante viveu com limitações musculares e de postura. Algumas de origem genéticas, segundo o fisioterapeuta Bruno Mazziotti.

No clube alemão, Renato Augusto percebeu que tinha o joelho direito "para dentro". Formação que facilitava contusões. Ficou tão preocupado que piorou o problema.

"Eu forçava a perna esquerda para poupar a perna direita. Comecei a ter mais dores de coluna", lembra.

Tite contava com o jogador. Achava que ele seria peça fundamental no esquema tático que tinha na cabeça para o Corinthians. Partilhava a ansiedade que Mano sente hoje em dia para escalá-lo.

Após tentativas que passaram por improvisá-lo como centroavante, o técnico teve de concordar: o meia precisava parar e operar o joelho.

"Nunca aprendi a dizer não. Por isso também que sofri tantas lesões. Se precisassem de mim, estava em campo. Sempre fui assim. Se você se torna jogador de futebol é porque ama o que faz."

PREÇO

Olhando para o passado, reconhece que a predisposição em dizer "sim" lhe custou objetivos. Jogou menos do que deveria. Foi pouco lembrado para a seleção. Não está na cabeça de Felipão para a Copa do Mundo.

"O preço foi alto. É algo que já aborreceu. Houve tempo em que me sentia triste. Hoje, procuro pensar no meu futebol. Tenho tempo para conquistar o que desejo."

Renato Augusto ainda pode não saber dizer "não", mas teve de aprender outra coisa, da maneira mais difícil possível. Passou a conhecer o próprio corpo. Onde pode ir e qual o próprio limite.

"O atleta só se preocupa com isso quando passa dos 30 anos. Eu estou com 26 e tenho de pensar. É inevitável."

É uma contradição. Por enquanto, ele não quer ir além do que deve mas, ao mesmo tempo, desafia o limite de ficar 45 minutos em campo hoje. Se estiver se sentindo bem... Por que não seguir?

"Eu só quero jogar sem lesões e em alto nível o ano todo. É minha meta." E sem precisar dizer não.


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