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Torcedor é espancado e morto em SP; 'O Santos era o único hobby', diz viúva

VIOLÊNCIA
Segurança de 34 anos foi golpeado com barras de ferro anteontem à noite

DE SÃO PAULO

No dia seguinte à morte de seu marido, Márcio Barreto de Toledo, 34, a jovem Samanta Silva Ferreira dos Santos revelava enorme tristeza, como era de se esperar.

Mas não só.

Samanta começava a se preocupar em como manter o filho, César, de apenas cinco meses. "Acho que só vou perceber mesmo quando der o horário de ele [Márcio] chegar do serviço e não aparecer", afirmou a viúva de apenas 27 anos à Folha.

A três meses e meio da Copa do Mundo, a cidade que sediará a abertura do Mundial volta a exibir atos de extrema agressividade envolvendo futebol e torcedores.

No fim da noite de anteontem, Márcio foi morto a golpes com barras de ferro na zona leste da capital paulista. De acordo com testemunhas, os agressores seriam torcedores do São Paulo.

Márcio era segurança e, acima de tudo, santista. Havia assistido ao clássico entre as equipes, no estádio do Morumbi, e depois ido à sede da Torcida Jovem, da qual era sócio, no Jardim Aricanduva.

"Ele não fumava, não bebia... O Santos era seu único hobby", conta Samanta, que lembra que Márcio desaprovava os atos violentos das torcidas organizadas.

Por volta das 20h, ele deixou a quadra e, com outros santistas, dirigiu-se a um ponto de ônibus próximo à avenida Conde de Frontin.

No caminho, eles foram abordados por agressores que saíram de um Vectra preto e de um Corsa branco.

Enquanto os outros fugiram, Márcio foi severamente espancado. Levado ao Hospital do Tatuapé, o torcedor morreu às 23h31. O boletim de ocorrência indicou traumatismo craniano e torácico.

"Mesmo que demore, quero que quem fez isso seja identificado e fique na cadeia", disse a viúva. Até ontem à noite, nenhum suspeito havia sido detido.

20 MESES DEPOIS

É a primeira fatalidade de um torcedor de uniformizada em São Paulo em 20 meses.

A última vítima tinha sido o corintiano Reginaldo Fernandes de Sena, que foi alvo de um tiro disparado por um santista em junho de 2012.

A morte de Márcio pode ser investigada no DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa) ou no Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância). Ontem, as barras de ferro da agressão foram levadas por policiais ao DHPP.

Odílio Rodrigues, presidente em exercício do Santos, disse que o clube "lamenta profundamente a morte de um torcedor". (EDUARDO OHATA, PAULO ROBERTO CONDE E RAFAEL VALENTE)


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