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Mortes de torcedores não são solucionadas

VIOLÊNCIA EM 2012
Confronto entre Gaviões e Mancha Alviverde tem presos libertados e inquérito sem fim

DE SÃO PAULO

No caso mais emblemático de briga entre torcidas organizadas dos últimos anos, dez integrantes das uniformizadas Gaviões da Fiel, do Corinthians, e Mancha Alviverde, do Palmeiras, foram presos após duas mortes.

Menos de dois anos depois, todos os suspeitos estão soltos, e as investigações sobre as mortes não terminaram.

Em 25 de março de 2012, antes do clássico entre Corinthians e Palmeiras pelo Campeonato Paulista, cerca de 300 pessoas se enfrentaram com armas de fogo, paus, pedras e barras de ferro na avenida Inajar de Souza, na zona norte de São Paulo, a 8 km do estádio do Pacaembu.

Morreram André Alves Lezo, 21, baleado na cabeça, e Guilherme Vinícius Jovanelli Moreira, 19, com traumatismo craniano, ambos ligados à Mancha Alviverde.

O confronto havia sido combinado pela internet sob clima de vingança pelo assassinato do corintiano Douglas Silva, 27, cujo corpo foi encontrado no rio Tietê, na capital paulista, em agosto de 2011.

Pela briga de 2012, foram indiciadas oito pessoas.

Entre elas, Tiago Lezo, irmão de André, uma das vítimas. Outro irmão deles, Lucas Lezo, era vice-presidente da Mancha e tinha sido baleado em embate com corintianos no ano anterior.

SOLTOS

Em janeiro deste ano, o inquérito sobre a briga de 2012 foi encaminhado pelo Ministério Público à Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) para investigações adicionais.

Ninguém continuou na cadeia. "Por excesso de prazo, falta de prova ou porque não tinham nada a ver com o caso", disse o advogado da Gaviões, Davi Gebara Neto.

Entre os presos, o último a ser libertado pela Justiça foi Carlos Roberto de Brito Júnior, conhecido como Neguinho da Gaviões.

Ele foi solto na véspera da invasão da sua organizada ao centro de treinamento do Corinthians, durante treino do time, em janeiro deste ano.

O torcedor havia sido preso em outubro do ano passado, por causa de outro confronto, entre corintianos e são-paulinos, em Carapicuíba, na Grande São Paulo.

"Não vejo interesse e disposição do Estado em combater esse problema, estou cansado", afirmou Paulo Castilho, promotor do Ministério Público que lidou com este tema em São Paulo entre 2006 e 2001.

"Temos legislação suficiente de banimento e prisão [de torcedores violentos]. Se quiser, o Estado consegue vencer", opinou.


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