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Por temer vaias, Blatter afirma que abertura da Copa não terá discursos

FIFA
Após declaração do presidente da entidade, assessoria nega que decisão tenha relação com apupos

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

A Fifa decidiu cortar da cerimônia de abertura da Copa do Mundo os discursos do seu mandatário, Joseph Blatter, e da presidente Dilma Rousseff por temer que os dois voltem a ser alvo de vaias, como na Copa das Confederações.

A revelação foi feita pelo próprio Blatter, em entrevista à agência alemã DPA, ao comentar a possibilidade de os apupos ouvidos no evento de 2013 se repetirem.

"Não dá para saber o que vai acontecer, não sou nenhum profeta. Estou convencido de que a situação [manifestações e protestos da população] se tranquilizou. Vamos fazer a cerimônia de abertura de uma maneira que não aconteçam discursos", afirmou o presidente.

A decisão foi tomada de forma unilateral pela Fifa e, de acordo com a assessoria da entidade, não é definitiva. A Presidência da República afirmou não ter sido avisada.

Na abertura da Copa das Confederações, em junho, Dilma foi vaiada três vezes e decidiu abreviar seu discurso. Blatter, também alvo de apupos, chegou a questionar os torcedores presentes no Mané Garrincha, em Brasília. "Onde está o respeito, onde está o fair play?", disse.

A competição aconteceu no auge das manifestações que tomaram conta das principais cidades do Brasil no ano passado.

Os gastos públicos para receber a Copa do Mundo e a Copa das Confederações estavam entre as principais críticas do público que protestava nesse período.

"DECISÃO TÉCNICA"

Após a publicação da entrevista de Blatter ontem, a assessoria da entidade amenizou o teor das declarações.

Segundo o departamento de comunicação da Fifa, o corte dos discursos não está ligado ao risco de vaias às autoridades e foi somente uma "decisão técnica", uma vez que "nem toda cerimônia precisa contar com discursos".

As Copas do Mundo da gestão Blatter --as últimas três-- contaram com discursos dos presidentes dos países-sedes dos torneios.

Blatter só deixou de discursar em uma das três cerimônias de abertura desde que assumiu a presidência da Fifa. Nessa ocasião, em 2006, só o então presidente alemão, Horst Köhler, falou.

Os discursos de autoridades em Mundiais costumam ser prato cheio para as vaias.

Em 1994, elas atingiram o então presidente dos EUA, Bill Clinton. Em 1998, o alvo foi o mandatário da Fifa na época, João Havelange. Quatro anos mais tarde, foi a vez de Blatter. No último Mundial, em 2010, o mandatário e o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, ouviram as críticas, mas apenas na final.


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