Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
CBV fará auditoria e suspende contratos após denúncias
VÔLEI
Comitê Olímpico já mostra preocupação para a Rio-2016 e fala em mancha na modalidade
O COB (Comitê Olímpico Brasileiro) manifestou preocupação com as denúncias a respeito de contratos de terceirização de serviços assinados pela CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) com empresas de ex-dirigentes da própria entidade que rege a modalidade no país.
A ESPN revelou nas últimas semanas que duas empresas receberam R$ 10 milhões cada uma em comissões para intermediação de contratos de patrocínio, assessoria e planejamento.
O superintendente executivo do COB, Marcus Vinícius Freire, disse que a preocupação existe porque espera que vôlei e vôlei de praia ganhem cinco ou seis medalhas na Olimpíada do Rio, em 2016.
"Este é um episódio que mancha um pouquinho a história da nossa modalidade, com certeza", disse Freire, em Santiago, no Chile.
O Ministério do Esporte respondeu à Folha que acompanha a crise e aguarda esclarecimentos. "Qualquer providência será tomada após esclarecimento dos fatos. Importante ressaltar que as questões não envolvem recursos do Ministério".
A CBV anunciou que vai contratar uma auditoria externa para avaliar os contratos feitos na gestão anterior.
A entidade também disse que os dois contratos em questão foram suspensos. Um preventivamente e outro encerrado no ano passado.
Na primeira denúncia, a ESPN mostrou que a empresa SMP, do ex-superintendente geral da CBV, Marcos Pina, recebeu R$ 10 milhões para intermediar contratos, como o do Banco do Brasil, patrocinador da seleção nacional.
Pina foi afastado do cargo após a revelação do caso.
O banco e a CBV dizem que o contrato foi assinado diretamente entre as partes, sem intermediários. O acordo vai até 30 de abril de 2017 e prevê confidencialidade em relação ao valor do patrocínio.
O banco diz que "solicitou explicações à CBV e aguarda resposta". O primeiro contrato entre ambos é de 1991 e o atual foi assinado em 2012.
Já a segunda denúncia diz que a empresa S4G Gestão de Negócios, de Fábio Dias Azevedo, atual diretor geral da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), recebeu outros R$ 10 milhões por dois contratos de prestação de serviços e assessoria comercial.
Azevedo trabalhou na CBV na gestão de Ary Graça Filho. Em 2013, Walter Pitombo Laranjeiras, ex-vice, assumiu o lugar de Ary, que desde então preside a FIVB. A entidade internacional não respondeu a contato da reportagem.