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Dirigente do vôlei renuncia depois de 17 anos no cargo
CARTOLAGEM Ary Graça Filho deixou presidência da CBV após denúncias
O presidente da CBV (Confederação Brasileira de Vôlei), Ary Graça Filho, 70, renunciou ontem ao cargo que ocupa desde janeiro de 1997.
Licenciado do cargo na entidade nacional desde que assumiu a presidência da FIVB (Federação Internacional de Vôlei), em setembro de 2012, Graça ainda tinha influência nas decisões da CBV.
Nas últimas semanas, denúncias de irregularidades em contratos vieram à tona em reportagens no canal ESPN. Duas empresas de dois ex-dirigentes da CBV --ambos ligados a Graça-- receberam R$ 10 milhões cada uma em comissões para intermediação de contratos.
A CBV já havia anunciado que vai contratar uma auditoria externa para avaliar os contratos da gestão de Graça. A confederação também disse que os dois contratos citados na denúncia já foram suspensos. Eles foram fechados em 2012 e iriam até 2017.
Em nota, Graça negou todas acusações e disse que sua saída do cargo não está relacionada às denúncias.
Ele era um dos mais longevos dirigentes à frente do esporte nacional. Há mais tempo no comando de confederações estão Coaracy Nunes Filho (desportos aquáticos), desde 1988, Manoel de Oliveira (handebol) e João Tomasini Schwertner (canoagem), ambos desde 1989. Carlos Arthur Nuzman está na presidência do COB (Comitê Olímpico Brasileiro) desde 1995.
Desde o ano passado, Walter Pitombo Laranjeiras, conhecido como Toroca, vice da CBV há cerca de 30 anos e também presidente da Federação Alagoana de Vôlei, tem atuado como presidente interino da CBV.
Agora ele assume o cargo definitivamente e terá como vice o paraibano Potengi Holanda de Lucena. O mandato de Toroca vai até 2016.
'SAÍDA INÓCUA'
Para a ex-atleta Ana Moser, hoje presidente da ONG Atletas pelo Brasil, que reúne figuras de renome como Raí e Gustavo Borges, a saída de Ary é "inócua", pois não responde às denúncias.
"Os atletas precisam se mobilizar, agora é o momento propício. Eles devem participar da gestão do esporte", disse Ana Moser.
"O trabalho dos atletas é incontestável. Agora, falar da outra parte [os dirigentes] é complicado", afirmou o jogador de vôlei de praia Emanuel Rego, hoje presidente da Comissão de Atletas do COB, ao se referir às denúncias.