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Governador do PT diz que aceitar modelo da Fifa foi uma 'roubada'

COPA
Tarso Genro, do Rio Grande do Sul, diz que protestaria se não estivesse no governo

FELIPE BÄCHTOLD DE PORTO ALEGRE BERNARDO ITRI ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), afirmou que se trata de uma "roubada" organizar a Copa do Mundo dentro das condições exigidas pela Fifa.

A declaração foi dada anteontem, durante um debate do governo gaúcho com ativistas contrários ao uso de dinheiro público no torneio.

"Soubemos das invasões à soberania do país [pela Fifa] tardiamente. A decisão de assumir a Copa nessas condições foi uma roubada."

O evento aconteceu ao mesmo tempo em que a Assembleia Legislativa aprovava projeto de autoria da base de Genro que concede isenção fiscal a empresas que pagarem pelas estruturas temporárias que serão usadas pelo Beira-Rio no Mundial.

Segundo o governador, a população brasileira deveria ter sido consultada sobre a possível realização do Mundial no país antes da assinatura do contrato com a Fifa.

Genro declarou ainda que protestaria contra o modelo de organização do Mundial caso não fosse governador. Ele deixou o evento antes do fim, alegando compromissos.

Apesar das críticas, Genro fazia parte do governo federal quando o Brasil foi escolhido para receber a Copa, em 2007. O petista era ministro da Justiça do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No mês passado, ante o ultimato da Fifa e a negativa do Internacional, dono do Beira-Rio, de arcar com o custo de R$ 30 milhões das estruturas temporárias do estádio, foi o governo estadual que assumiu a maior parte do investimento para manter Porto Alegre como sede da Copa.

A situação apresentou um projeto de lei para que as empresas que contribuírem com o pagamento de tendas, cercas, materiais de telecomunicações e outros equipamentos instalados na arena só para o Mundial, receberem isenção de impostos estaduais.

Os outros R$ 5 milhões necessários para pagar as estruturas temporárias do Beira-Rio devem sair dos cofres da prefeitura de Porto Alegre, indicou ontem o vice-prefeito, Sebastião Melo (PMDB).

"Poderemos fazer um TAC [Termo de Ajustamento de Conduta] com o Ministério Público [para pagar parte das estruturas]", disse Melo, após encontro com o secretário-geral da Fifa, Jerôme Valcke.

O atraso nas contratações das estruturas temporárias é a maior preocupação da entidade para o Mundial, a menos de três meses do jogo de abertura, entre Brasil e Croácia, no dia 12 de junho..

Além do Beira-Rio, o Itaquerão também provocou dores de cabeça na Fifa devido aos equipamentos provisórios. O motivo é o mesmo.

Segundo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, a pendência está resolvida. Não foi divulgado quem paga a conta.

A presidência não comentou as declarações de Genro, e o ministério do Esporte não havia se pronunciado até a conclusão da edição.

NA JUSTIÇA

O Ministério Público gaúcho irá processar a Fifa e o Inter pelo não pagamento das estruturas temporárias.

O órgão avisou a prefeitura de Porto Alegre que iria aceitar o modelo de financiamento das instalações provisórias da arena, mas disse que, assim que terminar a Copa, entrará com uma ação.

O Ministério Público irá pleitear o ressarcimento do dinheiro público investido nas estruturas temporárias.

O movimento já aconteceu depois da Copa das Confederações, em 2013. Os Ministérios Públicos dos seis Estados do torneio acionaram a entidade cobrando o ressarcimento do valor investido.


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