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Tostão

Os bons e os especiais

Vários craques e os dois melhores técnicos do mundo, Mourinho e Guardiola, não virão à Copa

O sueco Ibrahimovic, o polonês Levandowski, o galês Bale e outros grandes jogadores não estarão na Copa. Estão também fora Mourinho e Guardiola, os dois maiores representantes das duas escolas de se jogar futebol, embora tenham características comuns, as dos vencedores. São técnicos organizados, estudiosos, detalhistas e com enorme obsessão por títulos.

Mourinho organiza suas equipes de acordo com o momento e com o adversário. Em um mesmo jogo, varia o sistema tático. Alterna a marcação por pressão com a mais recuada, para contra-atacar, com velocidade. Tudo é planejado e treinado. Felipão, na seleção brasileira, e quase todos os grandes técnicos do mundo possuem estratégias parecidas. Isso só foi possível, no Brasil, porque os titulares atuam fora do país, com exceção de Fred.

Guardiola, Sampaoli (técnico da seleção chilena) e o Loco Bielsa, sem clube, por opção, mestre dos outros dois, são praticamente os únicos representantes de um outro estilo. Todos beberam na fonte de Cruyff, que bebeu na de Rinus Michels. Cruyff, ótimo técnico e crítico, foi, assim como Gerson, o maior talento coletivo que vi jogar. Atuava como se estivesse vendo a partida da arquibancada.

O Bayern e a seleção chilena são times ousados. Arriscam. Impõem a maneira de jogar contra qualquer adversário. Atuam com zagueiros próximos ao meio-campo, pressionam, recuperam a bola com facilidade e chegam à frente com muitos jogadores. Por deixarem muitos espaços nas costas dos defensores, o goleiro é o jogador de cobertura. Neuer, no Bayern, faz isso muito bem. Já a seleção chilena não tem um bom goleiro nem bons zagueiros para jogar dessa forma. Contra os grandes, domina a partida, parece que vai vencer e perde.

A forte seleção alemã tem sete jogadores do Bayern: Neuer, Boateng, Lahn, Kross, Schweinsteiger, Götze e Müller.

O grande mérito de Guardiola foi unir o estilo do Barcelona de sua época, com muita troca de passes e marcação por pressão, com o estilo do Bayern do ano passado, de muita velocidade e de jogadas aéreas.

Tata Martino precisa fazer o mesmo. Juntar o estilo do Barcelona, que perdeu a marcação por pressão da época de Guardiola, com o estilo de Neymar, de arrancadas individuais e de muitas jogadas em velocidade. As dificuldades de Neymar são técnicas e táticas. O restante é fofoca e especulação.

Todos os ótimos técnicos, mesmo os com estilos diferentes, sabem acessar rapidamente o Google, desenham na prancheta todos os sistemas táticos e conhecem profundamente detalhes, informações e estratégias dos adversários. Mas são raros os que enxergam nas entrelinhas o que não foi planejado, que percebem pelo olhar os desejos dos atletas e que reinventam o jogo durante o jogo. Estes são especiais.


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