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Tostão

Não existe super-herói

Os superotimistas falam que, com o super-herói Felipão, é impossível perder a Copa no Brasil

Nessa semana, as televisões mostraram Felipão, Parreira e Murtosa assistindo aos jogos entre Barcelona e Atlético de Madri e entre Paris Saint-Germain e Chelsea.

José Trajano gosta de brincar que Murtosa tem o melhor emprego do mundo. Concordo. Ganha ótimo salário e não tem responsabilidade na vitória ou na derrota. Está tão satisfeito e gosta tanto de Felipão que nunca sonha em ser treinador. É discreto, silencioso, o escudeiro ideal.

Nunca o vi comentar detalhes técnicos e táticos. Felipão fala que ele entende demais de futebol. Acredito, sem ironia.

Felipão está também impressionado com a calma, a cultura, o inglês perfeito, a racionalidade e a formalidade de Parreira. Ele deve ser o alterego do espontâneo e franco Felipão. Dizem que os dois se dão muito bem, que opostos se atraem.

Será que Parreira mudou de opinião e agora concorda com Felipão, de que, em casa, a seleção tem de sufocar o outro time e tentar fazer logo um gol, como ocorreu várias vezes na Copa das Confederações?

O linear e contido Parreira sempre foi adepto de marcação por setor, mais recuada, sem correr riscos. Em suas palestras, fala sempre que, em Copa, não se pode levar o gol primeiro. Mais um motivo para tentar marcar antes do adversário.

Felipão disse que ele, Parreira e Murtosa conversam muito. Quem Felipão escuta mais para tomar decisões? Há controvérsias. Ou sempre decide de acordo com o que pensa?

Será que Felipão está preocupado com Paulinho, reserva há um bom tempo no Tottenham? Será que Paulinho não era tão bom quanto achávamos ou não se adaptou à comida e à maneira de jogar do time inglês? A maioria acha que, na seleção, ele voltará a jogar muito bem.

A maior qualidade de Paulinho é a chegada à frente para fazer gols. Noto que ele tem se preocupado muito mais em fazer isso do que em ser armador. Se o time perde e ele não faz gols, sua ausência no meio-campo é criticada, como tem ocorrido na Inglaterra.

O Brasil é um dos fortes candidatos ao título. Talvez, o maior, por jogar em casa. A maioria acha que é impossível perder a Copa no Brasil.

Bastaria os jogadores cantarem o hino junto com a torcida, com a mesma vibração, e Felipão repetir tudo o que fez na Copa das Confederações. Será que nada mudou em um ano?

A seleção não pode repetir o oba-oba da Copa de 1950. Ao contrário do chavão de que, para vencer, não se pode ter medo de perder, dito pelo filósofo Luxemburgo --por onde anda?--, gosto mais de outro (somos, em parte, reféns dos chavões), de que é preciso ter medo de perder para vencer. Medo, no sentido de conhecer as próprias limitações e de respeitar e reconhecer as virtudes dos adversários.

Felipão é um excelente treinador. Não é supertécnico nem super-herói, como tem sido tratado.


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