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Promotoria do trabalho irá questionar Medeiros

ITAQUERÃO Superintendente disse que "faz de conta que não vê" irregularidades

ALEX SABINO EDUARDO OHATA DE SÃO PAULO

O Ministério Público do Trabalho (MPT) convocou Luiz Antonio de Medeiros, superintendente regional do Ministério do Trabalho em São Paulo, para explicar a declaração de que o órgão "faz de conta que não vê" irregularidades na construção do Itaquerão.

A afirmação de Medeiros, após a terceira morte de trabalhadores na arena do Corinthians, foi publicada na edição de 3 de abril da Folha.

Inicialmente, o Ministério Público do Trabalho havia justificado que Medeiros estava fora de sua jurisdição. Mas chegou à conclusão de que a investigação do acidente que tirou a vida do operário Fabio Hamilton da Cruz, 23, poderia ser prejudicada caso o laudo contivesse irregularidades.

"Usamos os laudos produzidos pelos auditores do Ministério do Trabalho", argumentou a procuradora-chefe do MPT-SP, Claudia Regina Lovato Franco. "Mas se o laudo tem problema, isso se refletirá em nosso trabalho e nas investigações."

O MPT-SP notificou Medeiros, que terá dez dias corridos para justificar a declaração.

LIBERAÇÃO

O Ministério do Trabalho liberou ontem as obras nas arquibancadas provisórias do setor sul do Itaquerão. Foi ali que Cruz morreu, no último dia 29 após cair de uma altura de nove metros quando trabalhava na colocação desses assentos extras para a Copa.

Depois do acidente, a montagem foi interditada. Segundo Medeiros, o setor norte também pode ser liberado nesta semana. Para isso, a Fast Engenharia precisa colocar uma rede de proteção.

A Fast foi contratada pela Ambev, parceira do governo de São Paulo na instalação das arquibancadas provisórias.

Auditores do Ministério do Trabalho estiveram ontem no estádio vistoriando as medidas de seguranças tomadas após a morte de Cruz.

O ministério apresentou à Fast lista de cinco requisições a serem atendidas antes de a interdição ser cancelada.

A que precisou de mais negociação entre as partes foi a colocação da rede de proteção. De início, os responsáveis pela empresa a consideravam desnecessária.

A Odebrecht, responsável pela construção do estádio do Corinthians, tenta se dissociar do acidente, já que aconteceu na colocação das arquibancadas provisórias. "Mas para nós, o gestor da obra é a Odebrecht", diz Medeiros.

Pela avaliação dos auditores, a morte de Cruz ocorreu por negligência no esquema de segurança.

Os cabos de proteção que usava mediam 1,25 m, e ele tinha de se movimentar em uma plataforma de 2,5 m.


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