Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Entrevista - Sidney Levy

Se eu for atender a todos, vou fazer o comitê falir

Diretor-geral do comitê organizador da Olimpíada garante que obras estão no cronograma e que os Jogos serão no Rio

SÉRGIO RANGEL DO RIO

Depois do ataque das federações internacionais com relação ao atraso na organização dos Jogos de 2016, Sidney Levy rebateu as críticas.

Em entrevista exclusiva à Folha, o diretor-geral do comitê organizador da Olimpíada afirmou que as críticas "fazem parte do jogo", garantiu que as obras estão no cronograma e que os Jogos não deixarão o Rio.

Ontem, na Turquia, algumas federações internacionais questionaram a existência de um plano B, caso as instalações não fiquem prontas a tempo.

"Existe um jogo de desejos. Eles defendem o esporte deles e querem o melhor. Nós temos o compromisso de fazer o melhor. Se eu for atender a todos, vou fazer o comitê falir", afirmou Levy, que foi presidente da multinacional Valid S.A. de 1994 até 2011, quando passou a ser o principal executivo do comitê e passar a controlar orçamento de R$ 7 bilhões.

-

Folha - Desde terça, o Rio é atacado pelas federações internacionais. O Rio vai realizar os Jogos em 2016?
Sidney Levy - Não existe a menor dúvida. O que eles querem é natural. Existe um jogo de desejos. Eles defendem o esporte deles e querem o melhor. Nós temos o compromisso de fazer o melhor. Se eu for atender a todos, vou fazer o comitê falir. Eu tenho que equilibrar isso na realidade. Esse é o nosso trabalho.

Só na terça foi realizada reunião crucial que o COI (Comitê Olímpico Internacional) pediu para ser feita no mês passado. O que foi decidido?
O encontro reuniu o prefeito do Rio, Eduardo Paes, o general Fernando Azevedo [presidente da APO], o ministro Aldo Rebelo [do Esporte], o Aloizio Mercadante [ministro da Casa Civil], o Carlos Arthur Nuzman [presidente do comitê].
Tem um fato novo: pela primeira vez, todos os entes estão falando a mesma coisa. Isso é um avanço enorme. Não posso dizer o que foi conversado, mas é sinal que existe um entendimento comum da complexidade do nosso problema.

As obras em Deodoro [que vai receber oito esportes] teriam que começar no ano passado. Qual é o novo prazo?
Vai começar em setembro. E vamos realizar todos os eventos testes no prazo previsto para cada instalação.

O rúgbi, que volta aos Jogos após décadas, vai ser disputado numa arena para 3.000 pessoas. Os fãs do esporte não estão certos em reclamar?
Vale a pena fazer uma arena de 20 mil lugares para o rúgbi no Brasil? Você como cidadão faria isso? Mas a nossa arena vai obedecer todas as normas internacionais. Os jogadores farão uma ótima partida. Os juízes vão chegar na hora. A TV vai transmitir.

Demorei quase uma hora num trajeto que levaria apenas 20 minutos até aqui. O trânsito está muito complicado. O Rio vai conseguir transportar tanta gente na Olimpíada?
Por isso é que vamos fazer a Olimpíada. Vamos acelerar a entrada da [expansão] do metrô, VLTs, BRTs. Você não transforma a cidade sem um impacto enorme.
A Perimetral [viaduto que ligava o aterro do Flamengo com a avenida Brasil] foi derrubada. Você queria ficar como estava. Todos querem mudar a malha de transporte público. Vamos fazer isso, mas tem um custo. Vai piorar ainda. Mas isso é positivo. Temos que nos adaptar. Venho agora respondendo os meus e-mails no carro. Já montei lá um pequeno escritório para trabalhar no trajeto da minha casa até a sede do comitê.

Depois das críticas, acabou a lua de mel com o COI?
Isso é um processo. Não são críticas. Você tem que chegar ao equilíbrio. São muitos interesses envolvidos [COI, federações, atletas, patrocinadores, governo etc.]. Isso só vai terminar no final dos Jogos. É da natureza do processo ele ir se equilibrando. Ele não pode ficar de pé três anos antes. Se a coisa equilibra muito cedo é porque tem algo errado.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página