Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Entrevista Jürgen Klinsmann

Objetivo dos EUA é passar de fase e surpreender na Copa

Para o técnico alemão, campeão do mundo em 90, americanos têm progredido e contam com boa base de líderes veteranos

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

Os EUA estão preparados, têm condições de passar de fase na Copa e surpreender quem vier pela frente. A avaliação é do técnico do time, o alemão Jürgen Klinsmann.

Campeão mundial como jogador em 1990, ele diz, porém, que o país tem de aumentar sua presença na Liga dos Campeões para deixar de ser coadjuvante em Mundiais.

Só quatro norte-americanos foram inscritos no maior torneio interclubes nesta temporada: os volantes Kljestan (Anderlecht-BEL) e Jermaine Jones (Besiktas-TUR), o meia-atacante Julian Green (Bayern de Munique-ALE), e o goleiro Yeldell (Bayer Leverkusen-ALE), que não atuou.

O pedido do treinador contrasta com um momento em que os EUA importam mais do que exportam. O crescimento da MLS (Major League Soccer) levou de volta ao país alguns dos principais nomes da seleção, como o volante Bradley e o meia Dempsey.

Em entrevista à Folha, Klinsmann também elogiou o centro de treinamento do São Paulo, onde ficará alojado.

Folha - Você veio em janeiro ao Brasil e pôde ver parte do que será usado na Copa. Essa estrutura é uma preocupação?

Jürgen Klinsmann - Ficamos muito satisfeitos com os 12 dias que passamos em São Paulo. O CT do São Paulo, na Barra Funda, é "world class" [de nível mundial]. Visitei Natal, Manaus e Recife. Os estádios são fantásticos e serão grandes anfitriões.

Algum aspecto na organização ou no país te preocupa?

Nem um pouco. Do comitê organizador à polícia e todos os funcionários do São Paulo, nos sentimos muito confiantes de que tudo vai ficar pronto.

O que mais gostou da visita?

Foi essa paixão absoluta que vocês têm pelo futebol. Vocês vivem e respiram o esporte. Andamos pelas ruas e todo mundo estava muito animado conosco. Tenho dito para os meus jogadores que jogar uma Copa no Brasil é uma experiência única.

Por que escolheram São Paulo?

Acreditamos que é a cidade que tem a melhor estrutura para nos receber. É também uma grande cidade para os familiares dos jogadores e nosso estafe curtirem a Copa.

O que falta para que os EUA briguem para serem campeões?

O futebol nos EUA tem progredido muito, principalmente nos últimos 20 anos. A MLS (Major League Soccer) continua crescendo. Para podermos competir de igual por igual com as seleções mais fortes, precisamos ter jogadores atuando no mais alto nível, ou seja, na Liga dos Campeões. Quanto mais jogadores estiverem nos maiores clubes, melhor nossa seleção será.

Quando os EUA estarão prontos para vencer uma Copa?

Essa é uma pergunta difícil. Até hoje, apenas oito países conseguiram esse feito e há uma razão para os favoritos serem tão consistentes, como o Brasil. Estamos construindo uma grande estrutura nos EUA. É um processo. Depois de viver nos EUA por mais de 15 anos, você aprende que os americanos não gostam de ser segundos colocados. Eles vão trabalhar duro para crescer.

Sendo assim, o quão longe vocês podem ir no Mundial?

Caímos no "grupo da morte" [Grupo G, com Alemanha, Portugal e Gana], mas temos nos preparado nos últimos dois anos e acreditamos que dá para passar de fase. Depois disso, o objetivo da equipe é surpreender quem aparecer pela frente.

Você deu início à reconstrução da seleção alemã. Qual a maior dificuldade para fazer o mesmo com os EUA?

Se você olhar para o elenco da Alemanha, vai perceber que tem jogadores que venceram a Liga e a Bundesliga e que disputam partidas em alto nível semana após semana. É isso que temos que construir nos EUA.

Os seus principais jogadores já estão na fase final da carreira, como Howard, Dempsey e Donovan. É um problema?

Vamos falar da nossa espinha dorsal, que é o que temos de mais forte: Tim Howard, Michael Bradley, Jermaine Jones, Clint Dempsey e Jozy Altidore. Todos são experientes. O Tim tem 35 anos, o que para goleiro pode ser o auge da carreira, enquanto Jozy tem só 23 e já vai disputar sua segunda Copa. Temos uma boa base de líderes veteranos.

Quem é o favorito para vencer?

Começa com o Brasil, que vai jogar em casa. Espanha, Alemanha e Argentina são outros times capazes de vencer.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página