Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria
'Estádios estão prontos', afirma Dilma
COPA
Arenas de São Paulo, Curitiba e Cuiabá, que receberão partidas do Mundial, ainda estão incompletas
Os principais responsáveis pela organização do Mundial decidiram adotar um discurso otimista ontem.
Até o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, preferiu deixar de lado o tom crítico e fez somente elogios ao evento. A presidente Dilma Rousseff, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, o chefe do COL (Comitê Organizador Local da Copa), Ricardo Trade, e o ex-atacante Ronaldo mantiveram a agenda positiva.
O fim da discussão em público faz parte da estratégia dos organizadores do Mundial para evitar maiores arranhões na imagem do evento no exterior.
Anteontem, o diretor de marketing da Fifa, Thierry Weil, admitiu que "há dúvidas" dos patrocinadores do Mundial sobre o impacto das manifestações populares durante o Mundial, mas que nenhuma das empresas desistiu de trazer os seus convidados ao país para o evento.
A presidente Dilma Rousseff foi a primeira a celebrar o Mundial. Em entrevistas a rádios do Pará, ela afirmou que o governo fez sua parte e que as obras estão prontas.
"Nós fazemos a nossa parte. Os estádios estão prontos, os aeroportos estão prontos. Eu não tenho dúvida de que, tanto fora de campo como dentro de campo, nós vamos mostrar a força do nosso país", disse.
Em seguida, a Presidência alterou a frase dita por Dilma. Mensagem divulgada no Twitter do "blog do Planalto", canal oficial da Presidência na rede social, trocou "fazemos a nossa parte" por "faremos a nossa parte" e omitiu os verbos que Dilma Rousseff usou para dizer que as obras estão prontas.
A 47 dias para o início da Copa, ainda há estádios inconclusos, como o Itaquerão, em São Paulo, Arena Pantanal, em Cuiabá, e Arena da Baixada, em Curitiba.
Alguns aeroportos das cidades-sedes, como os de Belo Horizonte e de Salvador, deixaram as obras mais ambiciosas para seus terminais para depois da Copa.
CAIPIRINHA
Crítico da lentidão dos brasileiros dentro da Fifa, o secretário-geral da entidade foi um dos mais empolgados ontem com a Copa.
Três dias depois de declarar que o país não tinha nenhum segundo a perder, o dirigente francês declarou que vai brindar com "caipirinha" e "champanhe" o sucesso do Mundial no Brasil.
"Existe o atraso, mas afirmar que nada foi cumprido não é verdade. Tudo o que foi acordado está aí. Mas posso afirmar que o ministro está certo, tudo está sendo feito. Todos estão engajados e tudo será esquecido depois da Copa do Mundo", afirmou Valcke, que deixou o país ontem e só volta ao Brasil na segunda quinzena de maio para ficar até o fim do Mundial.
"Foi uma organização difícil. No dia da abertura, eu e o ministro [Aldo Rebelo] vamos tomar uma caipirinha e vamos pensar: "Que trabalho". E na final, nós vamos tomar champanhe pensando: "Que Copa do Mundo!", acrescentou Jérôme Valcke.