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Para Pelé, futebol e jogadores não têm culpa da corrupção
COPA Ex-jogador muda seu discurso sobre manifestações: 'quer fazer, faz'
Pelé, 73, afirmou ontem não ser contrário à realização de manifestações na Copa, mas criticou protestos que tenham como alvo os jogadores.
A declaração mostra um recuo em relação a afirmações anteriores do ex-jogador, que já disse ser contra protestos durante o Mundial.
"Manifestação é todo o direito do povo, pode fazer. Eu falei que o futebol e os jogadores não têm culpa nenhuma da corrupção na política. Quer fazer manifestação, faz. Mas não jogando pedra, jogando boneco em cima dos jogadores", disse ontem.
Em janeiro, ele afirmou esperar paciência do povo e deixar passar a Copa para protestar. "Aí vamos reivindicar o que os políticos estão roubando ou desviando", disse, em entrevista à ESPN Brasil.
Pelé afirmou ainda que o futebol sempre engrandeceu o país e que "é uma pena" as dúvidas sobre as obras.
"Realmente perdemos uma grande oportunidade. Mas acredito ainda que, com aquele jeitinho brasileiro, se Deus quiser, vai dar tudo certo."
As afirmações foram feitas em Ribeirão Preto, onde ele esteve na Agrishow (feira agrícola) a convite de uma entidade.
O ex-jogador disse não acreditar em uma "onda de racismo" no futebol e que episódios como o que envolveu Daniel Alves, do Barcelona, que teve uma banana atirada contra si em campo, são isolados.
"Não concordo [que haja] uma onda de racismo, principalmente no futebol. Nós tivemos um caso. Se você ver o número de campeonatos que tem no mundo todo, então você vê que não é tanto assim."
Pelé disse que é um "momento de reflexão" para o esporte e que a prática deve ser combatida em todos os setores da sociedade.
SENNA
Para o ex-jogador, "é um orgulho" que Ayrton Senna tenha sido apontado por pesquisa Datafolha como o maior ídolo do esporte nacional.
O piloto, cuja morte completou 20 anos anteontem, é o maior ídolo esportivo para 47% dos paulistanos, seguido por Pelé, com 23%.
"Isso é muito bom para ver que nosso país é um país grande e que não é só futebol."
