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Entrevista - Mano Menezes

Acho que o Brasil também ganharia a Copa comigo

Hoje no Corinthians, ex-técnico da seleção acredita que Felipão ganhará o título, mas defende o seu trabalho

ALEX SABINO DE SÃO PAULO TOMÁS ROSOLINO DO 'AGORA'

Mano Menezes, 51, levou tempo para se recuperar do baque. Em julho de 2010, ele foi contratado para ser técnico da seleção. Não apenas isso, para liderar a equipe na Copa do Mundo no Brasil.

Demitido em novembro de 2012, foi substituído por Luiz Felipe Scolari. A troca o abateu. "Os momentos posteriores [à demissão] foram difíceis", confessou em entrevista à Folha nesta quinta (15), no Centro de Treinamento do Corinthians, em São Paulo.

Agora de longe, ele acredita que o Brasil ganhará o título mundial com Felipão. Nada de novo, já que Mano tem certeza de que o mesmo aconteceria se ele estivesse no comando da seleção.

Folha - Você já disse que no Corinthians os investimentos devem ser muito bem trabalhados. Na seleção, não havia esse problema. Era mais fácil ser técnico da seleção?
Mano Menezes - Em compensação, tinha outros [problemas]. Toda vez que convocava alguém, incomodava alguém. Seleção é diferente por isso. Você pode chamar os melhores. Lá, você convoca e tem o jogador que deseja, embora tenha por um período muito curto. No clube, você tem mais intimidade com o atleta, trabalha com ele todos os dias. Na seleção, você faz uma convocação de 30 em 30 dias, ou períodos maiores, e tem o jogador por dois dias.

Se a gente olhar a sua última convocação (contra a Argentina, em novembro de 2012), 11 jogadores estão na Copa. Ou seja, a base da seleção que vai para o Mundial é a sua base. Como você se sente com isso?
Bem. Sinto-me bem.

Mas que análise você faz disso? O trabalho estava no caminho certo?
Exatamente. Nove jogadores que estão na lista [para a Copa] foram convocados pela primeira vez por mim. Isso me deixa tranquilo em relação a tudo o que foi feito e que muita gente questionava ou não entendia. Foi um período difícil de construir novamente uma seleção. O Brasil havia saído de uma Copa [de 2010] com derrota. Havia vários jogadores com idade bem avançada e que dificilmente estariam no torneio seguinte. Então a modificação precisava ser grande. Escolheu-se este caminho.

E você assumiu com a ideia de renovação, que já é difícil em um clube...
Imagina na seleção! Mas tinha de ser feita. Sempre penso o seguinte: o que é combinado não é caro. Quando fui convidado para ser técnico da seleção, logo depois da negativa do Muricy [Ramalho], eu quis saber o que esperavam do trabalho. O que as pessoas da CBF [Confederação Brasileira de Futebol], o presidente Ricardo [Teixeira, à época] queriam. Eles queriam uma renovação porque faziam a avaliação de que aquele deveria ser o caminho.

Acha que o Brasil vai ganhar a Copa do Mundo?
Acho. Creio que o Brasil vai ganhar a Copa.

Com você no comando, ganharia também?
Acho que também ganharia. Não creio que o técnico seja a parte principal. O principal para ganhar a Copa são os jogadores e eles foram bem escolhidos. Neste período de quatro anos foi nítida a evolução deste grupo. Esta é a parte principal disso.

Depois que saiu, você ficou um período sem falar. Quando tempo demorou para aceitar que estava fora da seleção?
A questão não é aceitar. É ter iniciado um novo trabalho neste período. Acho que aceitei um pouco cedo demais. Não deveria ter ido dirigir o Flamengo [ficou de junho a setembro de 2013]. O trabalho de técnico exige muito mentalmente. As exigências diárias para um clube de ponta, hoje em dia, são imensas. Quase desumanas, diria.

Você acha que aceitou cedo demais por você mesmo ou pelo Flamengo?
Eu só penso em mim neste aspecto. Não posso analisar pelos outros.

A demissão da seleção foi um demônio que você teve de exorcizar?
Os momentos posteriores foram difíceis. Depois de todo o sacrifício feito na primeira parte do trabalho, quando este vai começar a surtir efeito, você é preterido...

Se tivesse vencido a Copa América-2011 ou a Olimpíada-2012, teria ficado no cargo?
São preferências dos dirigentes. Eu respeito. Há ligação direta com segurança em colocar Felipão e Parreira, os dois últimos campeões do mundo. Isso exime [os dirigentes] de muita coisa.


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