Saltar para o conteúdo principal Saltar para o menu
 
 

Lista de textos do jornal de hoje Navegue por editoria

Esporte

  • Tamanho da Letra  
  • Comunicar Erros  
  • Imprimir  

Prancheta do PVC

PAULO VINICIUS COELHO

O estrangeiro

A audácia de trazer um técnico argentino deve ser elogiada, mas é preciso que o trabalho vá até o fim

A provável contratação do técnico argentino Ricardo Gareca pelo Palmeiras encerra um longo período em que se pediu novidades nos bancos brasileiros. Gareca passou quatro anos no Vélez e foi campeão nacional três vezes. Não é o mais criativo e vencedor dos sul-americanos, mas pode trazer novidades.

Se tiver tempo.

Nos últimos dez anos, pelo menos duas vezes clubes do Brasil contrataram treinadores da América do Sul. O argentino Daniel Passarella começou a campanha do título brasileiro do Corinthians, mas foi substituído por Márcio Bittencourt depois de apenas 15 partidas.

O uruguaio Jorge Fossatti classificou o Internacional para as semifinais da Libertadores de 2010. Foi demitido antes de disputar o mata-mata contra o São Paulo e o treinador campeão foi o brasileiro Celso Roth.

Fossatti ficou empregado no Beira Rio por 33 jogos.

Não é justo avaliar um treinador estrangeiro com quantidade tão pequena de partidas quanto as de Passarella e Fossatti. Também não é justo condenar os brasileiros que não passam pelo menos um ano no cargo.

Mas é importante lembrar a história do futebol do Brasil para compreender como é benéfica a entrada de culturas novas. A cultura tática por aqui começou com as ideias do húngaro Dori Kruschner, no Flamengo, em 1937.

Em 1957, o São Paulo foi campeão paulista sob o comando do também húngaro Bela Guttmann. Sua influência foi decisiva sobre Vicente Feola, membro de sua comissão técnica e levado por Paulo Machado de Carvalho para a seleção brasileira na Copa de 1958.

Feola foi o campeão, o Brasil virou vencedor e a influência de Guttmann certamente contribuiu.

O Palmeiras já foi feliz com estrangeiros no seu banco de reservas. Filpo Nuñez era argentino, mas residente no Brasil, quando dirigiu a Academia, campeã do Rio-São Paulo em 1965.

Voltou mais duas vezes, a última em 1978, num período curto em que as vitórias produziram o apelido de Ciclone em sua equipe.

Está na história também o título estadual de 1966, conquistado por Mário Travaglini como interino, porque o argentino Alfredo González foi dispensado a três partidas do final da campanha. A influência estrangeira era evidente.

Gareca monta suas equipes num 4-4-2 tradicional. Não é um revolucionário, mas é competente. Só não adianta cobrar dele resultados em tempo recorde. Repetir com um argentino a experiência brasileira de demitir na terceira derrota é queimar uma ideia.

O Palmeiras preservou Gilson Kleina por 20 meses e deve fazer o mesmo com Gareca, se o contrato for mesmo assinado. Ousar é verbo poucas vezes conjugado no clube de Paulo Nobre nos últimos meses. Desta vez, a audácia deve ser elogiada. Mas é preciso dar condições de o trabalho ser avaliado até o fim.

NOS TRILHOS

A vitória sofrida do Cruzeiro sobre o Coritiba no sábado mostrou que o campeão brasileiro não mantém o nível tão alto quanto em 2013. Mas é forte. Por isso, a impressão é que segue como um dos candidatos ao título. O Inter é outro forte concorrente, com D'Alessandro, Alex e Alan Patrick na linha dos armadores.

BEM-VINDO

Com todos os problemas e as questões que faltam solucionar em Itaquera, é bem-vinda a nova casa do Corinthians. Cuidado com bom gramado, conforto para torcedores e os trilhos do metrô para chegar ao estádio. Tudo isso pode ajudar o Corinthians e o futebol brasileiro a voltar a ser bem jogado.


Publicidade

Publicidade

Publicidade


Voltar ao topo da página