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Para Luís Pereira, Atlético de Madri é o Palmeiras da Europa

LIGA DOS CAMPEÕES
Ex-zagueiro compara finalista à equipe paulista e Simeone, a Felipão

RAFAEL REIS DE SÃO PAULO

O Atlético de Madri é o Palmeiras da Europa. E Diego Simeone, uma personalidade como Luiz Felipe Scolari.

É assim que o ex-zagueiro Luís Pereira, 64, explica por que a equipe espanhola precisou de 40 anos para retornar à final da Liga dos Campeões e só conseguiu voltar a decidir o título europeu pelas mãos do treinador argentino.

Zebra da temporada, o time dos brasileiros Filipe Luis, Miranda, Diego e do naturalizado espanhol Diego Costa joga neste sábado (24), às 15h45, em Lisboa, contra o Real Madrid, por seu primeiro troféu da competição interclubes mais badalada do planeta.

Luís Pereira, integrante da seleção na Copa de 1974, conhece demais o Atlético.

Ele desembarcou na Espanha em 1975, um ano após a derrota para o Bayern de Munique na final da então Copa dos Campeões. Desde 2002, é o principal dirigente do time B do Atleti, como seus torcedores costumam carinhosamente se referir ao clube.

Ao longo de quase 40 anos, viu as taças rarearem (sete dos dez títulos espanhóis foram conquistados antes de 1975), o time ser ofuscado na Espanha pelo crescimento financeiro de Real e Barcelona e chegar a ser rebaixado.

A torcida reagiu de forma pesada. A cobrança era para que os bons resultados do passado voltassem. Jogar e ganhar no Atlético se tornaram tarefas muito difíceis.

"A pressão era enorme, estava muito complicado conseguir jogar aqui. Torcedores querem títulos. Não querem saber se você tem menos dinheiro ou se está atolado em dívidas. Era parecido com o Palmeiras", afirma Pereira.

O ex-beque conhece o Palestra Itália tão bem quanto o Vicente Calderón. Vestiu a camisa verde por cerca de dez anos. Foi um dos pilares da segunda Academia de Futebol, bicampeão brasileiro e um dos maiores times da história do clube paulistano.

Viu, à distância, o Palmeiras entrar em declínio,enfrentar um jejum de 17 anos títulos e viver seu melhor momento das últimas décadas com Felipão, hoje na seleção, o treinador da conquista da Libertadores de 1999.

"O Simeone é para o Atlético o que o Felipão foi para o Palmeiras. Ele tem um carisma enorme, é um líder nato, um treinador que chama toda a pressão para ele e deixa os jogadores mais leve. O elenco ama o Simeone e joga por ele a cada partida", diz.

A chegada do ex-volante argentino, que havia sido campeão nacional como jogador em 1996, coincidiu com a ressurreição do Atlético.

Desde que assumiu o cargo, em 2011, foram quatro títulos: Copa do Rei, Liga Europa, Supercopa da Europa e o Campeonato Espanhol, conquistado no sábado passado, depois de 18 anos.

"Já tiramos uma pressão enorme das costas com essa taça. Decisão de Champions é complicada. Mas arrisco um prognóstico: vamos ser campeões porque nossa equipe é mais unida e aguerrida."

Enquanto festeja o sucesso do Atlético, Pereira só lamenta que seu time do outro lado do Atlântico não venha lhe trazendo tantas alegrias.

"O momento do Palmeiras é triste. Até estamos felizes pelo novo estádio, mas a torcida quer um título no centenário. Talvez estejamos precisando de um Simeone."


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