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Paulo Vinícius Coelho

Compra e venda

O temor de espanholização do Brasileiro, pela diferença de rendimentos, dá lugar ao equilíbrio. E isso é bom!

O São Paulo reagiu com uma frase infeliz e outra explicativa à possibilidade de vender Paulo Henrique Ganso para o Napoli. O presidente Carlos Miguel Aidar disse que nem todo o dinheiro da Camorra tiraria o camisa dez do Morumbi.

A sobriedade de seu primeiro período como mandatário tricolor, nos anos 80, contrasta com a aparente necessidade de enterrar o período de Juvenal Juvêncio. Se Juvenal usava frases de efeito, por vezes de gosto duvidoso, Aidar segue o tom. E erra.

O diretor de futebol, Ataíde Gil Guerreiro, explicou melhor por que o São Paulo não pensou em vender Ganso. Negou qualquer proposta e informou: o Sonda só tem o direito de fazer prevalecer a venda se a oferta for superior a 25 milhões de euros.

"O São Paulo neste momento é comprador. Estamos dispostos a montar um verdadeiro esquadrão."

A intenção é ótima, o resultado nem sempre. Nos últimos três anos, o Internacional esmerou-se em comprar qualquer jogador famoso oferecido. "Fizemos contratações de aeroporto e não deu em nada", disse o diretor de futebol Newton Drummond, ao deixar o clube.

Contratação boa tem de ser certeira e não é só o São Paulo quem deve aprender isso.

Nenhum cruzeirense foi receber Éverton Ribeiro na descida do avião, no início do ano passado, quando o Cruzeiro contratou-o do Coritiba.

A festa veio no final do ano, quando Éverton Ribeiro foi eleito o melhor jogador do Brasileirão vencido por seu clube.

Não seria bom vender Ganso agora. O São Paulo julga poder receber boas ofertas no futuro. É duvidoso. Mas é justo pensar em Ganso oferecendo mais do que euros ao Tricolor. Quem sabe, dando taças.

Desde 2011, quando o Corinthians foi campeão brasileiro, os paulistas deixaram de fazer o dinheiro ser sinônimo de hegemonia.

Nos últimos quatro anos, o Palmeiras contratou Valdivia, o Santos pagou caro por Leandro Damião, o Corinthians investiu 15 milhões de euros em Alexandre Pato, o São Paulo gastou R$ 24 milhões em Ganso.

Ano passado, pela primeira vez desde 1988, o Brasileirão teve campeão e vice fora do eixo Rio-São Paulo. A rodada deste final de semana começou com o Cruzeiro líder e o Grêmio em segundo lugar.

O sucesso no campeonato é inversamente proporcional à quantidade de dinheiro arrecadado.

Cruzeiro e Grêmio, também campeão e vice em 2013, arrecadam menos da metade do que Corinthians e Flamengo em direitos de televisão. O temor de espanholização do campeonato, pela diferença de rendimentos de corintianos e rubro-negros, dá lugar ao equilíbrio.

É bom!

Só três vezes (1975, 1988 e 2013), o Brasileirão teve as duas primeiras posições ocupadas por times de fora do Rio e São Paulo. O vexame dos mais ricos pode fazer muito bem ao campeonato.


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