Folha de S.Paulo

Rosberg vence em Monaco e azeda ainda mais o clima na Mercedes

GP de Mônaco

1º N. Rosberg 1h49min27s661
2º L. Hamilton a 9s210
3º D. Ricciardo a 9s614

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TATIANA CUNHA ENVIADA ESPECIAL A MÔNACO

Os olhares, os gestos, as respostas levemente provocativas. Sentados lado a lado na entrevista coletiva pós-GP de Mônaco, neste domingo, Nico Rosberg e Lewis Hamilton não conseguiam esconder o clima de tensão no ar.

Após vencer pelo segundo ano seguido a corrida mais tradicional da F-1 e retomar a liderança do Mundial, Rosberg era o retrato da satisfação. Já Hamilton, que teve sua sequência de quatro triunfos seguidos interrompida, perdeu a ponta da classificação e chegou atrás do colega de equipe, era a imagem do descontentamento.

"Sabia que aqui em Montecarlo eu só teria duas chances de ultrapassar o Nico: na largada ou na hora dos pit stops. Mas não consegui aproveitar nenhuma delas", lamentou Hamilton, que viu Rosberg sair na pole pela segunda vez nesta temporada.

Mas, se no Bahrein o inglês aceitou "perder" do colega de Mercedes, em Mônaco não se conformou e, no sábado, insinuou que Rosberg tinha cometido um erro proposital para causar a bandeira amarela que o impediu de completar sua volta rápida.

A suspeita virou investigação após o treino de classificação, mas, após se ouvir explicações do alemão e se analisar vídeos e a telemetria de seu carro, ele foi liberado.

Mas a polêmica só serviu para deteriorar a relação entre os pilotos da Mercedes, que começaram o ano se elogiando e ressaltando as vantagens de terem sido companheiros desde o kart, mas que viram os ânimos se acirrarem com o decorrer do campeonato e, não coincidentemente, com o isolamento da equipe como favorita ao título, já que venceu as seis etapas disputadas até aqui, as últimas cinco com dobradinhas.

"Guiei sempre de maneira honesta", cutucou Hamilton.

Rosberg tentou ser um pouco mais sutil que o inglês.

"Esta é uma vitória especial e Lewis guiou de maneira fantástica. Além disso foi importante quebrar' o bom momento que ele atravessava", declarou o alemão, que não perdeu a liderança da prova em nenhum momento.