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Crítica livro
Espécie de almanaque sobre os 100 anos da seleção peca por lacunas e falta de imagens
SÉRGIO RIZZO COLABORAÇÃO PARA A FOLHANão são apenas o Palmeiras, o Paysandu e o Madureira que comemoram o centenário em 2014. "Deuses da Bola - 100 Anos da Seleção Brasileira" lembra que um certo escrete também celebra a efeméride.
E celebra, que medo, jogando uma Copa em casa. Nessas ocasiões, a frustração pode ser especialmente amarga, como sabem os torcedores dos clubes que, no ano do centenário, ficaram "sem-ter-nada".
Foi em 21 de julho de 1914 que entrou em campo pela primeira vez uma equipe representando o Brasil, lembram os autores do livro, os jornalistas Eugenio Goussinsky e João Carlos Assumpção.
Era um combinado entre jogadores do Rio e de São Paulo. Adversário? O Exeter City, da Inglaterra, que excursionava por aqui. Palco da peleja: o antigo campo do Fluminense, na rua Guanabara, 94.
Na primeira parte, equivalente a um almanaque, o livro costura, ano a ano, a passagem do início amadorístico para o profissionalismo de hoje.
É também o desenvolvimento do futebol no país e no mundo que se descortina a partir desse passeio histórico. Mas o caráter enciclopédico do livro termina por revelar suas deficiências, deixando lacunas que despertam curiosidade.
Por exemplo: os autores informam que o uniforme canarinho substituiu a camisa branca depois do Maracanazo, mas não dizem quais eram as cores usadas pelo combinado de 21 de julho de 1914.
Não há, por sinal, imagens --um componente altamente desejável em obra com espírito de almanaque sobre material tão fotogênico.
A segunda parte, que traz fichas das partidas até os 5 x 0 contra a África do Sul, no último 5 de março, também deixa lacunas, como os públicos (ao menos nos casos em que a informação é disponível) e os minutos dos gols (idem).
DEUSES DA BOLA
AUTORES Eugenio Goussinsky e João Carlos Assumpção
EDITORA DSOP
AVALIAÇÃO regular