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Fifa suspeita de fraude em 15 jogos anteriores à Copa-10

Entidade identificou manipulação no amistoso entre África do Sul e Guatemala, segundo relatório obtido pelo 'New York Times'

DE SÃO PAULO

Às vésperas da Copa de 2010, a partida de exibição entre África do Sul e Guatemala, realizada em 31 de maio daquele ano, na cidade sul-africana de Polokwane, teve o resultado manipulado pelo juiz Ibrahim Chaibou, de Níger, para interferir nas apostas.

A conclusão está em relatório interno e confidencial de 44 páginas da Fifa e divulgado sábado (31) pelo jornal americano "New York Times". Pelo menos 15 partidas são colocadas em suspeita, incluindo um amistoso entre EUA e Austrália pouco antes do Mundial da África do Sul.

Segundo o documento, no dia do jogo entre África do Sul e Guatemala, o juiz foi a um banco da cidade com uma quantia em dinheiro que poderia chegar a US$ 100 mil, em notas de US$ 100, com a finalidade de depositar o valor para sua mulher, em Níger.

Horas depois, Chaibou apitou a partida, na qual marcou três pênaltis duvidosos, dois a favor da África do Sul.

Aos 12 min, o árbitro indicou pênalti, por toque de mão, de um defensor da Guatemala, posicionado claramente fora da área.

Aos 5 min do segundo tempo, outro pênalti foi marcado por toque de mão, desta vez para a Guatemala. A bola, porém, tocou o peito do jogador sul-africano. A Guatemala desperdiçou a cobrança.

A terceira penalidade discutível foi dada seis minutos depois e resultou no quarto gol da África do Sul, que venceu o jogo por 5 a 0.

Monitoramento apontou movimentação incomum nas apostas durante o jogo. O árbitro foi escolhido pela Football 4U International, empresa sediada em Cingapura e suspeita de armar resultados.

Os documentos afirmam que a federação sul-africana, com problemas financeiros e administrativos, foi alvo fácil da empresa com a qual assinou contratos, e acabou ludibriada. Funcionários teriam sido cúmplices no esquema.

Steve Goddard, à época responsável pela arbitragem na federação sul-africana, disse que foi procurado pela empresa, mas que recusou proposta.

O relatório aponta inclusive ameaça de morte contra quem quis parar o esquema.

Segundo a reportagem, o relatório da Fifa revela fraude "de ao menos cinco jogos e possivelmente mais" às vésperas da Copa de 2010.

Segundo o texto, a investigação levanta sérias questões sobre a vulnerabilidade dos jogos da Copa. A reportagem cita declaração do diretor de segurança da Fifa, Ralf Mutschke, para quem o Mundial sofre certo risco.

O jornal também questiona procedimentos da Fifa, que teria demorado até 2012 para investigar os casos.

Aposentado desde 2011, Chaibou negou ao "NYT" que tenha manipulado jogos.

Em 2012, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, afirmou que o governo não investigaria as fraudes.

A Fifa afirmou que durante a Copa terá 12 agentes em cada estádio para monitorar possíveis tentativas de manipulação de resultados.


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