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Ensaio do apito

No Rio, juízes da Copa passeiam pela Barra da Tijuca, treinam e são protegidos pela Fifa, que proíbe perguntas sobre erros

CRISTINA GRILLO DO RIO

Na porta do hotel, um grupo de adolescentes saltitantes se concentra, com seus celulares, para registrar o encontro com seu ídolo.

Lá dentro, os 90 árbitros e auxiliares que comandarão os 64 jogos da Copa se preparam para o almoço, depois de uma manhã de treinos físicos no Centro de Futebol Zico, no Recreio dos Bandeirantes, a 20 quilômetros dali.

"Juízes de futebol? Não, estamos aqui esperando a Ivete [Sangalo]", diz à Folha uma das adolescentes que, matando aula, pede anonimato.

Ivete sai, é cercada pelos jovens e tira fotos com os fãs.

A seu lado, com ar de curioso, passa Howard Webb, 43, o policial inglês que apitou a final da Copa de 2010 (Espanha X Holanda). Depois, ele segue para uma corridinha na praia.

Os árbitros e auxiliares da Fifa estão concentrados desde domingo (1º) no hotel Windsor, de frente para a praia da Barra da Tijuca. Dos 338 apartamentos, 150 estão bloqueados para a Fifa.

O grupo acorda por volta das 7h e segue para o treino no Centro de Futebol Zico. Volta para o almoço e fica livre até os seminários, às 16h.

Entre o almoço e as tarefas da tarde, eles caminham ou mergulham na praia.

Na sexta (6), mudaram a rotina para uma espécie de treino leve à tarde, parcialmente aberto à imprensa --imagens e perguntas sobre eventuais erros cometidos foram vetadas pela Fifa.

Apesar de o chefe de segurança da Fifa, o alemão Ralf Mutschke, ex-diretor da Interpol, ter demonstrado em entrevista à BBC Sports preocupação de os "fixers" (aqueles que buscam manipular resultados) tentarem se aproximar de juízes, não há, aparentemente, reforço de segurança em torno deles.

A Folha esteve segunda-feira (2) no hotel. Foi à sala dos seminários técnicos e ao restaurante onde os árbitros almoçavam. Caminhou em um curto trecho da orla ao lado de alguns deles. Os únicos a impedirem qualquer contato foram eles próprios. Abordados, se recusaram --sempre simpáticos-- a falar.

"Só na África do Sul éramos acompanhados por policiais, mas estávamos hospedados em uma área isolada de Pretória. No Japão e na Alemanha, saíamos livremente. Na Alemanha, chegávamos a pegar trens para passear", contou o ex-árbitro Carlos Simon, que apitou partidas três Copas (2002, 2006 e 2010) e hoje é comentarista do canal Fox Sports.


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