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Copa no salão

Pacotes de beleza colorem de verde-amarelo olhos, unhas e tranças de torcedoras; corte à la Neymar faz a cabeça de meninos e engravatados

ROBERTO DE OLIVEIRA DE SÃO PAULO

"Amante" está fora de moda e "Nunca Fui Santa" não combina com o atual momento de festança da Copa.

Esses esmaltes (é assim que eles são chamados) estão em baixa: passaram para o andar de baixo das cestinhas dos salões de beleza.

Alçados ao topo, agora estão "Samba" (verde), "Caipirinha" (amarelo) e "Frio na Barriga" (azul) --este último era aquele usado por Clara, personagem vivida por Giovanna Antonelli na novela "Em Família" (Globo).

Dos pés à cabeça, literalmente, são essas as cores que compõem a paleta dos salões.

No Jacques Janine do Campo Belo (zona sul paulistana), a gerente Sheila Cristina Silva, 33, conta que, por causa do time de Felipão, o espaço criou um "pacotão seleção".

Nele, as clientes podem simplesmente pintar as bandeirinhas do Brasil nas unhas dos pés ou das mãos, sombrear os olhos, fazer mechas nos cabelos ou incluir fitas de cetim entre os fios. Tudo em verde-amarelo, é claro.

Os preços vão de R$ 33 (apenas um dedinho de cada mão com bandeirinha) até R$ 160 (sombreamento).

O colorido é geral: não há limite de idade para se pintar de seleção, segundo a empresária Gisele Camargo, 39, dona do Gi Camargo Nail Bar, badalado salão dos Jardins.

Boa parte das pinturas de mãos e pés é feita "com um pincel, delicadamente, num trabalho artesanal", com retoque especial de "glitter". Preço? R$ 100 (todas as unhas pintadas com bandeirinhas). No caso de adesivos do Brasil, sai R$ 10 cada um deles. A arquiteta Isabela Velozo, 29, optou por um "mix" verde-amarelo nas duas mãos.

PENDURA, NEYMAR

Em constante mutação, o cabelo do camisa 10 continua fazendo a cabeça não só da molecada. "Desta vez, veio mais forte: até engravatados estão usando", diz Eliabe Moreira, 43, diretor artístico da Alfaparf Group, nos Jardins.

Com carinha de modelo, o analista de sistema Caique Guimarães, 23, diz que resolveu experimentar. "Entrei de vez no clima da Copa."

Para Eliabe, o novo corte do jogador deve angariar ainda mais seguidores. Diz: "Se ele virar artilheiro do Mundial, a tendência é de menos resistência contra o corte."

Para muitos corintianos, palmeirenses, são-paulinos e santistas, isso pouco importa. Mauricinho ou "da comunidade", todos querem ficar parecidos com o Neymar --nem que seja no topetão.

"Com esse corte, eu me sinto mais chegado a ele", diz o estudante Mateus de Faria Santos, 10, que, pela segunda vez em 15 dias, submetia sua cabeleira à tesoura.

Corintiano desde os quatro anos --segundo o pai, são-paulino, o garoto foi "comprado" pelo tio com um uniforme --, Mateus passou a incorporar o estilo Neymar mesmo antes do início da Copa.

O garoto é o 14º cliente a encarar a fila do salão Ninja, em Itaquera (zona leste), pertinho do Itaquerão. O cabeleireiro Rafael Ferreira, 22, nem se dava ao trabalho de perguntar "como ia ser o corte". À la Neymar, é claro. "Se ele jogar melhor contra Camarões e não ficar no 0 a 0 como foi com o México, vou colocar luzes", diz Mateus.

Ninja é território masculino. Fica no número 66 da avenida Alziro Zarur. Para quem não é da área, é difícil chegar até lá. A numeração salta do número 33 para o 1.967, vai para 11 e retorna para o 35.

Na fila de espera, a garotada curte um pagodinho. Cortar e lavar, sai por R$ 15. Alisante adicionado, R$ 20. Com luzes, o novo "hit" de Neymar, sobe para R$ 45.

Não tem grana? Pendura. "O jeito é fazer fiado. É comunitário", explica Rafael. "Na próxima, o mano acerta. Vai na parceria, entende?" Como dizem por lá, "entendeu"!


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