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Coração da América do Sul

Torcedores latino-americanos viajam dias de carro e dormem na praia para participar da primeira Copa na região em 36 anos

DE SÃO PAULO

Nos últimos três dias, a rotina do técnico de informática chileno Patrício Vonoso, 32, e de mais dois amigos foi a mesma no Rio. Pela manhã, deixavam o conforto da areia fofa da praia de Copacabana e seguiam até a rodoviária. Lá, pagavam R$ 5 para tomar banho e colocavam seus pertences no guarda-volumes.

"Como a polícia não deixa a gente montar nossa barraca na praia, dormimos em cima dela na areia. Decidimos seguir viagem desse jeito porque só restaram vagas em hotéis caros", diz Vonoso, que viajou ao Rio mesmo sem ter ingresso para ver o Chile desclassificar a Espanha no jogo de quarta (18).

Assim como os chilenos, muitos torcedores argentinos, colombianos, equatorianos e uruguaios fazem os mais variados sacrifícios para participar da primeira Copa do Mundo na América do Sul em 36 anos.

E são os latino-americanos que estão alegrando as arquibancadas dos estádios e as cidades por onde passam neste Mundial.

Os números dão ideia dessa "invasão hermana". No fim de semana, 50 mil argentinos estiveram no Rio e 25 mil seguiram para Belo Horizonte, onde a Argentina joga no sábado. Na quarta (18), 35 mil chilenos estiveram no Rio. Em São Paulo, são esperados 12 mil uruguaios para Uruguai e Inglaterra nesta quinta, e em Brasília 10 mil colombianos devem ver Colômbia X Costa do Marfim. Em Curitiba, 5.000 equatorianos compraram ingressos para o jogo desta sexta (20).

"Você sabe quando terei a oportunidade de ver novamente uma Copa na América Latina? Não dava para perder essa chance", dizia o comerciante Jorge Malvar, 49, na porta do Itaquerão, enquanto tomava chuva à procura de um ingresso. Ele viajou de Montevidéu a Porto Alegre de carro junto com os três filhos. Da capital gaúcha, pegou um avião a São Paulo.

Em um bar ao lado do hotel onde a seleção uruguaia está hospedada, na Vila Mariana, um grupo grande de seus compatriotas acompanhava pela TV a desclassificação da Espanha pelos chilenos. "Está vendo isso? As seleções sul-americanas estão muito melhores. O 4° lugar na África do Sul empolgou muito o Uruguai", disse Federico Perez, 32.

DE BARCO

A Arena Amazônia, em Manaus, não receberá nenhuma partida de seleções sul-americanas neste Mundial, mas isso não impediu a chegada de vários turistas da região.

Três amigos colombianos, Carlos, David e Mario, traçaram há meses o cronograma de viagem: saíram de Bogotá com destino a Manaus para assistirem aos quatro jogos programados no estádio.

"O importante é assistir à Copa. Essa foi uma chance única, jamais tivemos uma Copa tão perto de casa", afirmou David Elizalde.

Para chegar à cidade, o trio voou de Bogotá a Letícia, na fronteira entre o Amazonas e a Colômbia. De lá, seguiram para a brasileira Tabatinga, de onde embarcaram numa viagem de 36 horas de barco pelo rio Solimões até Manaus.

PORTUNHOL

Em Brasília, desde domingo (16) se fala "portunhol" por todos os lados. Primeiro chegaram os equatorianos e, na sequência, os colombianos. "Viemos porque gostamos muito de futebol e, sendo no Brasil, ficou bem mais fácil. Mas aqui é muito mais caro que o resto da América Latina", reclamou o equatoriano Ernesto Kruger, 14.


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