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Foco

Ônibus de holandeses quebra em MG e traz peça da Europa para seguir viagem

LILIANE PELEGRINI COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BH

Se a Holanda está a mil por hora na Copa, o mesmo não se pode dizer da torcida --ou de parte dela. Oito holandeses que seguem a seleção em um ônibus velho ficaram pela estrada, ao menos por ora.

Depois de muito perrengue desde o último domingo (15), na noite desta sexta (20) eles esperavam uma peça chegar da Holanda para colocar o "Oranjebus" de 1980, como é chamado, de novo na rua.

Os torcedores seguiam de Salvador --onde o time goleou a Espanha-- para Porto Alegre, quando uma lombada mal sinalizada deixou a trupe na mão em plena Fernão Dias, na Grande BH.

O eixo traseiro do veículo se partiu, forçando a parada. E o conserto já ganhou tom de jornada épica. Para começar, o fabricante do ônibus não existe mais. "Tentamos conseguir a peça no Brasil, mas teria que ser artesanal e iria demorar", disse Harm Otten, 51, líder da trupe.

Uma concessionária próxima deu uma força com a mão de obra. E para conseguir o novo eixo, sorte foi chave.

"Temos no grupo uma brasileira casada com um holandês. Ele viu no Twitter sobre a quebra do ônibus e disse que poderia trazer a peça. Ele está a caminho", disse ontem Otten, na concessionária.

A estreia do "Oranjebus" em Copas foi na Alemanha, em 2006. E o ônibus, que chegou ao Brasil de navio, já deixou o grupo na mão outras vezes, como na África.

Para a gerente da concessionária, o mais difícil foi retirar a parte quebrada, presa na engrenagem. "Precisamos desvendar como o ônibus, todo mecânico, funciona. Quatro pessoas estão no trabalho com os holandeses", diz Desirée Calicchio, da Treviso.

Tudo é precário no ônibus de dois andares: a velocidade não passa de 65 km/h, não há ar-condicionado e os bancos originais são "meio bambos". Para disfarçar a barulheira, só aumentando o som.

Mas nada que abale Otten: "Ele é nosso bebê".

O veículo, todo adaptado, se tornou uma espécie de mascote da seleção. Além dos bancos, há um bar e um som potente no térreo. O chão tem grama sintética. Do deque aberto no andar de cima, os viajantes comandam a festa com outros holandeses que não encaram a estrada.

Sábado (21) o grupo espera cair na estrada rumo a São Paulo, torcendo por vitória contra o Chile na segunda.


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